Do dadinho ao joystick

Há um tempo nem tão remoto assim, as pessoas costumavam aproveitar os dias chuvosos ou as noites livres para sentar à mesa da cozinha e jogar. O tabuleiro com as figuras de madeira, o baralho ou dadinhos, por exemplo, eram distrações comuns nos lares.

Em pleno século 21, os tradicionais jogos continuam existindo, embora tenham cedido espaço para os brinquedos eletrônicos. Disputar uma partida de xadrez pela internet ou elaborar uma estratégia para derrotar o adversário virtual com o uso de um joystick são consideradas atividades de lazer condizentes com o avanço da tecnologia.

A feira internacional de jogos e brinquedos que acontece em Essen, na Alemanha, até domingo (26/10/2003) reúne boa parte da vasta oferta disponível no mercado mundial tanto para adultos quanto para a garotada. Em um espaço de 36 mil metros quadrados os fabricantes expõem desde os clássicos tabuleiros e jogos passados de “pai para filho”, como dominó, até as novidades eletrônicas.

Sem grande concorrência

O temor de que os jogos modernos possam extinguir os tradicionais é tão infundado quanto outrora se pensava que a TV iria acabar com o cinema. Cada qual tem o seu espaço e público cativo. “Os jogos na sala, ou onde quer que sejam, não caíram de moda”, afirmou à DW-WORLD Stephan von Löchtern, redator-chefe de um fórum na internet sobre jogos virtuais.

Os adeptos dos jogos eletrônicos curtem o fascínio das imagens e, em muitos casos, a idéia de estarem jogando com um adversário desconhecido que está a quilômetros de distância. As instruções não precisam ser lidas e sim ouvidas pelo usuário. Outros, porém, gostam é de estar frente a frente com seus rivais absorvendo as emoções do ambiente.

Comercialização em alta

Uma das tendências atuais do mercado de brinquedos é a inclusão do setor como extensão de um outro produto de sucesso. Um exemplo é Harry Potter: surgiu em livro, virou filme e agora vive suas aventuras em diversos tipos de jogos.

A feira, entretanto, apresenta uma novidade neste sentido. A edição de um livro baseado em um jogo de sucesso. A escritora Rebecca Gablé escreveu um romance histórico de 800 páginas inspirada no jogo de tabuleiro Os descobridores de Catan.

Mais do que vendas

O evento direcionado ao consumidor não se resume apenas a stands e à venda de jogos. Todos os expositores dispõem de mesas para a disputa de partidas com os visitantes, que aliás, tem a oportunidade de receber dicas e esclarecimentos sobre as regras de jogos mais elaborados.

Além disso, ocorrem palestras e até cursos específicos voltados aos jogadores mais profissionais. Para a criançada, foi montado um parque infantil com diversos brinquedos. Em resumo, a feira é de lazer com muita diversão para todas as idades.