Dinamarca diz que gasoduto foi alvo de "explosões poderosas"
18 de outubro de 2022Autoridades dinamarquesas confirmaram nesta terça-feira (18/10) que "explosões poderosas" causaram os "danos extensos" nos gasodutos Nord Stream na região do Mar Báltico, perto da Dinamarca e da Suécia.
Em comunicado, a Polícia de Copenhague afirma ter realizado investigações preliminares do que chamou de "cenas do crime", com apoio das Forças Armadas da Dinamarca e do serviço de inteligência dinamarquês.
"É muito sério, e isso não é uma coincidência. Não parece apenas planejado, mas muito bem planejado'', afirmou o ministro da Defesa da Dinamarca, Morten Bodskov, à emissora TV2.
A agência de inteligência e a polícia decidiram formar um grupo de investigação conjunta para uma apuração adicional dos incidentes. De acordo com a polícia, "não é possível dizer quando a investigação será concluída.''
As descobertas corroboram relatórios suecos do início de outubro. Durante uma investigação preliminar, a agência de segurança sueca afirma ter encontrado evidências que "fortalecem as suspeitas de grave sabotagem".
Também na terça-feira, o jornal sueco Expressen publicou um vídeo com imagens que supostamente mostrariam um trecho de 50 metros do gasoduto que teria desaparecido.
Ocidente versus Rússia
Líderes europeus acreditam que os vazamentos são resultado de sabotagem e colocaram a culpa em Moscou.
Os gasodutos Nord Stream já estavam no centro das tensões políticas antes dos vazamentos quando a Rússia cortou o fornecimento de gás natural para a Europa, no que seria uma retaliação às sanções contra a invasão russa da Ucrânia.
O Kremlin, por sua vez, culpou os Estados Unidos. Segundo o governo russo, o país estaria tentando garantir a confiança da União Europeia como parceiro energético. O governo dos EUA negou categoricamente essa alegação.
Construídos pela Rússia, os dutos levam gás russo até a Alemanha. Embora nenhum dos dois esteja em operação, eles são mantidos cheios devido à pressão.
Os vazamentos também causaram grandes preocupações ambientais, já que os gasodutos liberaram por vários dias grandes quantidades de metano, um potente gás de efeito estufa.
fa (DW, AP)