Despesa com refugiados é suportável, afirma conselho alemão
11 de novembro de 2015O acolhimento de refugiados deverá custar à Alemanha entre 5,9 bilhões e 8,3 bilhões de euros em 2015, afirma um relatório divulgado nesta quarta-feira (11/11) por um conselho de economistas alemães que assessora o governo, conhecido como Os Cinco Sábios. Apesar do valor elevado, a despesa não compromete as finanças públicas, garantem.
"Diante da boa situação do orçamento público, esses custos são suportáveis", afirma o grupo de economistas. O relatório também calculou que a despesa alemã com refugiados para 2016 deverá ficar entre 9 bilhões e 14,3 bilhões de euros, dependendo do cenário.
De acordo com o economista Lars Feld, que participou do estudo, na perspectiva atual não serão necessários aumentos de impostos. E, mesmo com as despesas extras devido ao grande número de refugiados, o governo deverá fechar 2016 sem fazer novas dívidas.
O fluxo de refugiados deverá ter um efeito pequeno na conjuntura, inferior a 0,1 ponto percentual, por meio do aumento do consumo e da procura por moradia. Mas, para isso, os especialistas afirmam que as barreiras para que os refugiados trabalhem devem ser reduzidas. Entre as propostas está a aplicação de uma exceção da lei do salário mínimo aos refugiados.
Para alguns grupos, a exceção possibilita ao empregador pagar menos do que os 8,5 euros por hora estipulados pela legislação por um período de seis meses. Os economistas defendem ainda que o período seja elevado para um ano para todos os grupos, incluindo os refugiados.
Além disso, os especialistas afirmam que a imigração terá um impacto também na situação habitacional. A procura por moradias aumentará e, por isso, mais capital privado deveria ser investido nesse setor.
O relatório também prevê um crescimento de 1,7% da economia alemã em 2015 e de 1,6% no ano seguinte. "O bom desenvolvimento econômico deve continuar nos próximos anos", afirmou o líder do grupo, Christoph Schmidt. Para a zona do euro, os economistas preveem um crescimento de 1,6% em 2015 e de 1,5% em 2016.
Somente neste ano, a maior economia da Europa espera receber entre 800 mil e 1 milhão de requerentes de asilo, o dobro do que em qualquer ano anterior e muito mais do que qualquer outro país da União Europeia.
CN/dpa/lusa