Cresce parcela dos brasileiros que confia na urna eletrônica
25 de março de 2022Uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira (25/03) mostrou que 82% dos brasileiros confiam nas urnas eletrônicas, alta de 13 pontos percentuais em relação a dezembro de 2020, quando a taxa era de 69%.
Já o percentual dos que dizem não confiar no sistema eletrônico de votação caiu de 29% para 17% no mesmo período.
A pesquisa foi realizada na terça-feira e na quarta-feira desta semana, com 2.556 entrevistados em 181 municípios do país, e divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
O Datafolha também perguntou aos entrevistados se eles preferem manter o sistema atual de votação ou retomar o sistema de voto em papel.
As urnas eletrônicas foram a opção preferida para 77%, quatro pontos percentuais a mais do que na pesquisa anterior. Outros 20% defenderam a retomada do voto do papel, queda de três pontos percentuais no mesmo período.
Percentual alto mesmo entre eleitores de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus apoiadores próximos questionaram por diversas vezes a segurança da urna eletrônica, repetindo uma estratégia usada pelo ex-presidente americano Donald Trump para reduzir a credibilidade de resultados eleitorais.
Bolsonaro diz inclusive que teria vencido no primeiro turno em 2018, não fossem supostas fraudes nas urnas, sobre as quais ele nunca apresentou evidências. Bolsonaristas chegaram a patrocinar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para retomar o voto impresso, mas a iniciativa foi barrada pela Câmara dos Deputados em agosto de 2021.
Apesar das investidas do presidente, a pesquisa Datafolha mostra que o apoio às urnas eletrônicas é alto também entre os eleitores de Bolsonaro. Entre os que apoiam o presidente, 70% confiam no sistema atual de votação.
Em outubro de 2021, o Tribunal Superior Eleitoral cassou o mandato do deputado estadual paranaense Fernando Francischini (PSL), por ter propagado informações falsas sobre a urna eletrônica e o sistema de votação nas eleições de 2018, em um sinal da Corte para desestimular candidatos no pleito de 2022 a questionarem a credibilidade do sistema sem apresentar evidências.
bl (ots)