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ConflitosCoreia do Norte

Coreia do Norte diz ter testado armas nucleares submarinas

19 de janeiro de 2024

Divulgação ocorre em meio a ostensivos exercícios navais conjuntos entre EUA, Coreia do Sul e Japão​. Casa Branca expressa preocupação de que Pyongyang possa estar recebendo tecnologia nuclear russa.

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Tela de TV exibe combinação de imagens divulgadas pela KCNA, agência estatal de notícias de Pyongyang, durante exibição do noticiário na estação ferroviária de Seul, Coreia do Sul, em 8 de abril de 2023.
Sistema "Haeil" (tsunami em coreano) teria sido projetado para executar ataques surpresa contra portos importantes e frotas navaisFoto: Lee Jin-man/dpa/picture alliance

A Coreia do Norte afirmou nesta sexta-feira (19/01) ter realizado testes de um sistema subaquático de armas nucleares.

Segundo a agência estatal KCNA, o teste do sistema de drones Haeil-5-23 foi realizado na costa leste do país. A data da realização dos testes, no entanto, não foi especificada.

A informação não pôde ser verificada de forma independente, mas analistas levantaram dúvidas sobre Pyongyang possuir tais armas.

Resposta a exercícios militares na região

De acordo com a mídia estatal do país, o sistema Haeil (tsunami em coreano) foi projetado para executar ataques surpresa contra portos importantes e frotas navais, criando uma grande onda radioativa a partir de uma explosão subaquática. Os primeiros testes do sistema teriam ocorrido em março de 2023.

"A postura de combate subaquática baseada em armas nucleares do nosso exército está sendo aprimorada e suas várias ações de resposta marítimas e subaquáticas continuarão dissuadindo as manobras militares hostis das marinhas dos EUA e seus aliados", disse em comunicado o Ministério da Defesa norte-coreano.

A divulgação dos testes ocorreu num momento em que EUA, Coreia do Sul e Japão estão conduzindo o que foi considerado o maior exercício naval conjunto já realizado na região, numa demonstração de força contra a Coreia do Norte.

Os exercícios ocorreram nas águas da ilha de Jeju, na Coreia do Sul, e envolveram um porta-aviões dos EUA.

Parceria com Moscou

Também nesta sexta-feira, a KCNA comunicou o retorno do ministro das Relações Exteriores, Choe Son Hui, e de uma delegação governamental após uma visita oficial ao presidente russo, Vladimir Putin.

No início da semana, a agência já havia informado que Choe e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, discutiram uma "cooperação estratégica e tática", juntamente com a implementação de um acordo para estreitar laços após negociações realizadas em setembro.

Os EUA, por sua vez, expressaram preocupação com relatos de que a Coreia do Norte estaria fornecendo armas à Rússia na guerra de agressão contra a Ucrânia em troca de tecnologia nuclear russa para satisfazer as ambições nucleares de Pyongyang.

Ameaça representada pela Coreia do Norte "pode mudar drasticamente"

Na quinta-feira, o diretor sênior de controle de armas da Casa Branca, Pranayu Vaddi, disse que a ameaça à segurança apresentada por Pyongyang poderia mudar "drasticamente" nos próximos anos como resultado da cooperação com Moscou.

"O que estamos vendo entre a Rússia e a Coreia do Norte é um nível de cooperação sem precedentes na esfera militar", disse Vaddi ao Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington.

"E digo sem precedentes propositadamente – nunca vimos isso antes." "Penso que a natureza da Coreia do Norte como ameaça na região poderá mudar drasticamente na próxima década como resultado desta cooperação", disse Vaddi.

ip/bl (Reuters, AP)