Apesar da crise
15 de dezembro de 2009Todos os anos a cena se repete: na Alemanha, as empresas acionam estratégias especiais para promover as vendas na época de Natal. Mas, em tempos de crise, os comerciantes se perguntaram se ainda vale a pena tentar convencer um consumidor que, pelo menos em tese, está com menos dinheiro no bolso. Muitas empresas do país, por exemplo, reduziram, ou até chegaram a eliminar, o abono de Natal para seus funcionários.
Pesquisas de opinião alertam que a euforia consumista de fim de ano está realmente menor. Essa premissa provocou certo receio em parte dos comerciantes do país. No entanto, ainda não está claro o quanto a crise realmente está afetando o consumo nesta época do ano.
Poupar: sim ou não?
Um estudo realizado pelo instituto de pesquisa de opinião GFK aponta que muita gente só modificou ligeiramente os hábitos de consumo em função da crise financeira. Segundo o estudo, mais de 65% dos alemães pretendem gastar este ano com presentes de Natal o mesmo montante que despenderam no ano anterior. Aproximadamente 25% dos consumidores ouvidos pela pesquisa, contudo, pretendem economizar.
Renate Nebeling, da cidade de Gummersbach, no oeste alemão, é um exemplo deste tipo de consumidor que quer poupar no fim de ano. Para isso, ela pretende encontrar uma forma de "gastar o dinheiro de maneira sensata. Como proporcionar aos amigos uma alegria sem ter que colocar tanto a mão no bolso?", pergunta ela.
É este tipo de consumidor que o comércio alemão teme. Para os estabelecimentos comerciais, a pergunta ainda paira no ar: a maioria dos clientes vai hesitar na hora de ir às compras de Natal? Ou a festa é tão importante no país que ninguém vai pensar se está gastando um euro a mais ou a menos?
Tendência crescente no decorrer do mês
Hubertus Pellengahr, porta-voz da Federação Comercial Alemã (HDE), estima que "o comércio natalino começou relativamente fraco este ano, mas deverá esquentar até chegar ao nível de 2008. Se houver só uma leve redução, estaremos satisfeitos", diz ele.
Uma clara redução nas vendas deverá ser registrada no comércio do país em relação a todo o ano de 2009, com a projeção de um faturamento 2% menor, se comparado ao de 2008. Em 2010, a situação não deverá melhorar, preveem os especialistas.
"O próximo ano deverá ser difícil, com um aumento ainda maior do desemprego. Isso vai ser sentido pelo comércio, mas não ainda agora, nesta época de Natal", acredita Pellengahr. Para cada comerciante, no entanto, o que mais importa no momento é encher os cofres antes que o ano acabe.
Autor: Benjamin Hammer (sv)
Revisão: Augusto Valente