Comissão Europeia pode ter recorde de mulheres
11 de setembro de 2019A presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou nesta terça-feira (10/09) os nomes para compor seu futuro gabinete. Com 13 mulheres e 14 homens na equipe, a alemã cumpre sua promessa de um time com paridade de gênero.
A lista de comissários foi preparada com base em recomendações dos países-membros da União Europeia (UE), mas as indicações ainda precisam ser aprovadas pelo Parlamento Europeu, antes de Von der Leyen e seu conselho tomarem posse, em 1º de novembro.
A nova equipe de 27 comissários – um para cada Estado-membro do bloco, com exceção do Reino Unido – tem um mandato de cinco anos. Não há indicação britânica porque a saída do país da UE está marcada para 31 de outubro, antes da posse.
Se aprovado pelos europarlamentares, o time de Von der Leyen será o mais equilibrado em termos de gênero de toda a história da União Europeia.
Ex-ministra da Defesa da Alemanha e aliada próxima da chanceler federal Angela Merkel, Von der Leyen será ainda a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Comissão Europeia quando substituir o atual chefe, Jean-Claude Juncker.
A princípio, Juncker também tinha o mesmo propósito de um gabinete com paridade de gênero, mas "esbarrou" nas opções dos Estados-membros, que indicaram 19 homens e apenas nove mulheres.
Como seus suplentes, Von der Leyen indicou oito vice-presidentes, um a mais do que na equipe atual. Três deles foram nomeados vice-presidentes executivos, com o ex-braço direito de Juncker, o holandês Frans Timmermans, assumindo a função de cuidar de questões ambientais.
Os demais indicados a vice-presidentes executivos são a dinamarquesa Margrethe Vestager, atual comissária de Concorrência da UE e que deve assumir também a área digital, e Valdis Dombrovskis, da Letônia, que assumirá os serviços financeiros.
O atual ministro do Exterior espanhol, Josep Borrell, com 72 anos e décadas de experiência política, foi escolhido para substituir Federica Mogherini como chefe da diplomacia da UE. Espera-se que ele, o mais velho do grupo, fortaleça a posição da Espanha e de Portugal dentro do bloco europeu com a saída do Reino Unido, e que consolide os laços europeus com a América Latina.
O mais novo da lista é o lituano Virginijus Sinkevicius, que assumirá a pasta de Ambiente e Oceanos. Ele completa 29 anos de idade três dias após a posse em 1º de novembro.
Entre as indicações femininas está a tcheca Vera Jourova, que deve ser comissária de Valores e Transparência, encarregada de supervisionar o Estado de direito. Atual comissária da Justiça, ela vem defendendo regulamentos mais rígidos para gigantes da internet como Facebook e Airbnb.
A búlgara Mariya Gabriel foi nomeada para a área de Inovação e Juventude. Ex-membro do Parlamento Europeu, ela é a atual comissária de Economia Digital e, aos 40 anos, é a integrante mais jovem do gabinete de Juncker.
Outros indicados são o ex-ministro austríaco da Ciência, Johannes Hahn, nomeado comissário de Orçamento e Administração; o ministro do Exterior da Bélgica, Didier Reynders, indicado para Justiça; e o ex-primeiro ministro italiano Paolo Gentiloni, comissário de Economia.
O eurodeputado húngaro László Trócsányi, nomeado comissário de Ampliação, pode se provar uma escolha controversa. Ex-ministro da Justiça no governo do primeiro-ministro Viktor Orbán, ele foi acusado por críticos de enfraquecer o Estado de direito durante seu comando da pasta.
Entre os 19 estreantes na lista de Von der Leyen estão a ex-ministra da Economia da Estônia Kadri Simson, indicada como comissária de Energia; a ex-ministra finlandesa das Finanças Jutta Urpilainen, comissária de Parcerias Internacionais; e o veterano diplomata esloveno Janez Lenarcic, que assumirá a pasta de Gestão de Crises.
Um nome curioso é o da maltesa Helena Dalli que, antes de entrar para a política e ser indicada para a pasta da Igualdade, foi atriz e candidata a Miss Mundo por seu país em 1979.
Cinco grupos políticos europeus estão representados no conselho de Von der Leyen: dez comissários pertencem aos Socialistas e Democratas (S&D); nove são do Partido Popular Europeu (PPE); seis do Renovar a Europa; um dos Verdes; e um dos Conservadores e Reformistas Europeus.
Na equipe de Juncker, o PPE estava em maioria, com 14 membros, os socialistas tinham oito, os liberais, cinco, e os Conservadores e Reformistas Europeus, um.
A Comissão Europeia é o braço executivo da UE e tem cerca de 32 mil funcionários. O órgão é responsável por propor novas legislações europeias, que são colocadas em prática em todo o bloco se aprovadas pelos Estados-membros e pelo Parlamento Europeu.
EK/afp/dpa/lusa/dw
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