Comida industrializada eleva consumo diário de sal
2 de março de 2016A indústria alimentícia deveria acrescentar menos sal em seus produtos, apela a professora Anja Kroke, da Sociedade Alemã de Nutrição (DGE, do nome em alemão). A entidade recomenda que o consumo de sal não passe de 6 gramas por dia, o equivalente a uma colher de chá. A Organização Mundial da Saúde sugere até que não passe de 5 gramas. No Brasil, segundo o IBGE, o consumo é de mais de 10 gramas por pessoa ao dia.
E também os alemães consomem mais que o recomendado. Segundo a DGE, o problema atinge 70% das mulheres (8,4g/dia) e 80% dos homens (10g) na Alemanha. Os especialistas advertem que o consumo excessivo de cloreto de sódio pode causar hipertensão arterial e assim aumentar os riscos de infarto cardíaco ou cerebral. O consumo moderado, no entanto, é importante para o equilíbrio hídrico, a formação óssea, o sistema nervoso e a digestão.
"O problema não é o sal caseiro"
Mas muitas vezes não é o ato de salgar em casa que conta. A especialista alerta que até 85% do sal que consumimos está em produtos industrializados, como queijo, embutidos, carne processada, pães e comida pronta. "As receitas deveriam ser aprimoradas, mas aí o fabricante corre o risco de oferecer um alimento menos saboroso que a concorrência", afirma Kroke.
Ela gostaria que a indústria alimentícia se comprometesse voluntariamente a usar menos sal e sugere até mesmo que os políticos pressionem por isso.
Embora tanto se fale dos malefícios do excesso de sal, não há um consenso sobre isso no mundo científico. Cientistas americanos analisaram 269 estudos sobre o tema e concluíram que apenas a metade apoia a tese de que a o alto consumo de sal aumenta o risco de problemas cardiovasculares graves ou de morte precoce.
O que podemos fazer para evitar o excesso de sal?
- Substituir o sal por ervas e especiarias
- Evitar alimentos processados
- Evitar salgar "a olho"
- Não colocar saleiro na mesa durante as refeições
- Optar por comida grelhada ou assada
- Evitar molhos