Colômbia e Farc assinam novo acordo de paz
24 de novembro de 2016O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o chefe máximo das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, firmaram nesta quinta-feira (24/11), em Bogotá, o novo acordo de paz para encerrar 52 anos de um conflito armado que deixou ao menos 220 mil mortos.
Santos e Timochenko assinaram o novo acordo, que complementa o original de 26 de setembro, às 11h30 (horário local) no Teatro Colón, diante de cerca de 800 convidados. O texto, que não tem o apoio da oposição, passará agora para o Congresso para ser aprovado e entrar em vigor. O governo descartou um novo plebiscito.
O acordo original, assinado em Cartagena das Índias, foi rechaçado pela população colombiana em um plebiscito, em 2 de outubro, o que levou à reabertura das negociações para incorporar propostas feitas pelos defensores do "não" naquela consulta. O novo acordo foi alcançado em 12 de novembro em Havana, capital de Cuba.
Segundo Santos, a nova proposta é mais forte e leva em consideração as mudanças exigidas pela oposição. "É melhor porque renova as esperanças da imensa maioria dos colombianos – dos 50% que votaram 'sim' e de uma importante porcentagem dos que votaram 'não'", afirmou o presidente colombiano nesta quinta-feira, em discurso no Teatro Colón após a assinatura do pacto.
Ele destacou ainda que, apesar do "alto e doloroso custo do conflito" entre as partes, o novo acordo é definitivo. "Conseguimos colocar fim a um conflito armado com as Farc e estabelecer os fundamentos para a construção de uma paz duradoura, mais ampla e mais profunda. Conseguimos parar com o sangramento e conseguimos com que não haja mais vítimas", disse Santos.
De acordo com o líder, se o pacto for aprovado pelo Congresso na próxima semana, como ele espera, o desmantelamento das Farc como guerrilha deve começar imediatamente, num processo que deve durar cinco meses.
"Espero que, segundo o procedimento estabelecido, o acordo seja aprovado ao longo da próxima semana. Esse será o dia D", afirmou Santos. "Em 150 dias, em apenas 150 dias, todas as armas das Farc estarão nas mãos das Nações Unidas. As Farc, como grupo armado, deixarão de existir."
Um cessar-fogo entre governo e Farc está em vigor desde agosto, mas ambos os lados afirmam que a trégua é frágil.
AS/efe/dpa