Líbia pós-Kadafi
23 de outubro de 2011Os líderes do Conselho Nacional de Transição (CNT) anunciaram a "libertação" da Líbia neste domingo (23/10), diante de mais de 10 mil pessoas no centro da cidade de Bengasi, onde o levante contra o ditador Muammar Kadafi havia começado, há oito meses. O dia histórico marca o ingresso do país do norte da África num processo de transição democrática.
O líder do CNT, Mustafa Abdel Jalil, pediu à população que promova a tolerância, a reconciliação e o perdão, evitando a violência. "Eu apelo aos líbios que respeitem o Estado de Direito e não estabeleçam seu direito pelo uso da força", disse Jalil para as milhares de pessoas que celebravam o fim do regime de Kadafi, empunhando bandeiras da época que o país tinha um regime monárquico.
Um governo interino deve ser formado em 30 dias, com a incumbência de organizar eleições gerais a serem realizadas em oito meses. Os combatentes que acabaram com os 42 anos do regime de Kadafi realizaram um desfile na praça central de Bengasi.
O primeiro governo europeu a se pronunciar sobre o anúncio foi o britânico. O secretário de Estado dos Assuntos Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, demonstrou satisfação. "A queda de Sirte, a morte de Kadafi e a declaração de libertação nacional representam uma vitória histórica para o povo líbio e um momento decisivo na sua luta pela liberdade", disse Hague.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou o momento como "uma nova era de promessa" e pediu reconciliação. Os líderes do CNT garantiram mais cedo que vão devolver o corpo de Kadafi aos seus familiares. Conforme o chefe da patologia forense líbia, Othman al-Zintani, a necropsia revelou que o ex-lider líbio morreu com um tiro na cabeça.
MP/rtr/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler