Líbia pós-Kadafi
22 de outubro de 2011O conselho da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) decidiu em reunião extraordinária em Bruxelas, na noite desta sexta-feira (21/10), encerrar em 31 de outubro a missão militar internacional na Líbia. Na ocasião, o secretário-geral do grêmio, Anders Fogh Rasmussen, falou de uma resolução provisória. Porém nenhum dos aliados tem dúvida de que ela será cumprida.
Ao contrário do que fora anteriormente anunciado, o Conselho Nacional de Transição (CNT) só pretende apresentar neste domingo a declaração solene sobre a libertação da Líbia, após os 42 anos do regime de Kadafi. Em seguida, o líder do CNT, Mustafa Djali, anunciará em Bengasi o fim da ditadura, segundo o Ministério da Informação do novo governo. Naquela cidade portuária no nordeste líbio iniciou-se a revolta contra a tirania do regime.
Moscou protesta
A Rússia insiste na suspensão parcial da resolução da ONU que outorgou poderes à Otan para os ataques aéreos na Líbia. O embaixador russo nas Nações Unidas, Vitali Tchurkin, anunciou ter apresentado ao Conselho de Segurança da ONU o esboço de um novo documento.
A resolução da ONU, aprovada em março último, estabeleceu que a Aliança Atlântica deveria proteger a população civil da Líbia da violência do regime de Muammar Kadafi exclusivamente por meios militares aéreos. Com base nesse mandato, a Unified Protector realizou cerca de 9.600 investidas aéreas contra o exército do ditador e suas unidades militares durante quase sete meses.
Questões em aberto
A família Kadafi quer que o CNT entregue os restos mortais do ditador a seu clã, na cidade de Sirte, a fim de que ele seja sepultado segundo os ritos islâmicos. Esta exigência partiu da viúva Saifa Kadafi, que vive na Argélia, e foi divulgada por uma emissora de TV síria.
Segundo fontes de imprensa, o conselho de transição pretende mandar enterrar Muammar Kadafi num local sigiloso, de modo a evitar a criação de um sítio de peregrinação. Assim como a Organização das Nações Unidas, agora os Estados Unidos também requerem um esclarecimento detalhado sobre as circunstâncias da morte do ex-líder líbio de 69 anos.
Kadafi foi preso e morreu na última quinta-feira, quando tropas do CNT tomaram sua cidade natal, Sirte. Porém, no momento ninguém, sabe como se esclarecerá se ele foi executado ou se foi vítima acidental de um tiroteio.
Autor: Marko Langer (av)
Revisão: Marcio Pessôa