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Chipre adia decisão sobre taxação obrigatória de correntistas

17 de março de 2013

Governo cipriota decidiu adiar sessão de emergência do Parlamento que iria discutir e votar taxação bancária condicionada ao pacote de ajuda ao país. Diversos partidos já disseram que não apoiam a proposta.

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Foto: picture-alliance/AP

O presidente cipriota, Nicos Anastasiades, adiou uma sessão parlamentar de emergência que iria acontecer neste domingo (17/03) para debater e votar o pacote de resgate financeiro no valor de pelo menos 10 bilhões de euros, aprovado por credores internacionais neste sábado.

Em contrapartida, o Chipre concordou em cobrar uma taxa única de 9,9% sobre depósitos bancários acima de 100 mil euros. Para as contas abaixo dos 100 mil euros, esse imposto será de 6,7%. Com essa taxação, espera-se recolher 5,8 bilhões de euros.

A TV estatal do Chipre divulgou neste domingo que o debate parlamentar foi adiado para "garantir que os deputados tenham plena consciência da situação e estejam mais bem informados."

A votação foi remarcada para esta segunda-feira, mas não foi informada uma hora exata. No entanto, o governo precisa ratificar a taxação de poupança antes que os bancos abram na terça-feira – após o fim de semana prolongado. Independentemente do adiamento, a imposição enfrenta uma difícil disputa no Parlamento, com vários partidos dizendo que não irão apoiar a proposta.

Ira em toda a ilha

Após o anúncio, os cipriotas reagiram chocados e irados na manhã de sábado, correndo para os bancos cooperativos locais e caixas eletrônicos num esforço de proteger suas poupanças da nova taxação.

Os bancos cooperativos, que representam cerca de um quinto do setor bancário da ilha, permaneceram abertos somente por cerca de uma hora para evitar uma corrida aos saques. No entanto, as pessoas continuaram a ter acesso aos fundos através dos caixas eletrônicos. O dinheiro correspondente à taxação, todavia, já havia sido congelado.

Anastasiades disse que, sem o acordo, pequenas empresas poderiam ir à falência devido a problemas de fluxo de caixa. "Ou escolhemos o cenário catastrófico de uma inadimplência desordenada ou uma gestão dolorosa, porém controlada, da crise e que definitivamente dará um fim à incerteza e fornecerá um ponto de partida para o arranque da economia", afirmou o presidente do Chipre.

Ajuda internacional

"A assistência [financeira] será garantida para resguardar a estabilidade financeira do Chipre e da zona do euro como um todo", disse o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, neste sábado. O Produto Interno Bruto (PIB) do Chipre perfaz menos de 0,2% do rendimento econômico da zona do euro

Em meados de 2012, o país da zona euro pediu ajuda internacional no valor de pelo menos 17,5 bilhões de euros. A maior parte dessa quantia seria destinada a resgatar os bancos em dificuldades da ilha. No ano passado, eles foram afetados pela reestruturação da dívida soberana na vizinha Grécia, onde detinham vários negócios.

Como esse empréstimo teria sido quase do tamanho de toda a economia cipriota, os credores reduziram essa cifra para um valor mais razoável de endividamento. O Chipre é o quarto país da zona do euro a receber um pacote internacional de ajuda financeira.

CA/rtr/afp/ap
Revisão: Mariana Santos