Chelsea Manning é presa novamente
9 de março de 2019A ex-militar Chelsea Manning, a primeira grande fonte do WikiLeaks, foi mandada para a prisão nesta sexta-feira (09/03) depois que se recusou a prestar depoimento diante de um juiz federal dos Estados Unidos sobre a divulgação de segredos militares em 2010.
Manning, que trabalhou como analista de inteligência para o Exército americano, permanecerá na prisão até que testemunhe ou até que o grande júri responsável pelo caso tenha concluído suas investigações sobre o WikiLeaks, determinou o juiz federal Claude Hilton, de Alexandria (Virgínia).
A audiência ocorreu a portas fechadas, exceto o momento em que o magistrado tornou pública sua decisão, na qual ordenou que a ex-militar fosse presa por "desacato", informaram veículos de imprensa locais.
Assim, Manning permanecerá na prisão até que "mostre arrependimento ou até que o tribunal deixe de existir", sentenciou o magistrado.
A ex-militar compareceria hoje diante da Justiça para explicar porque se negou a responder às perguntas sobre a publicação de segredos militares há nove anos.
Em comunicado enviado nesta semana, Manning indicou que também compareceu na quarta-feira diante de um "grande júri secreto" após receber "imunidade" por seu testemunho e que não quis responder às perguntas sobre a divulgação de informações em 2010, sobre a qual, segundo ela mesma lembrou, já ofereceu detalhes diante de uma corte marcial em 2013.
Manning foi intimada a depor diante de um grande júri dentro da investigação contra o fundador do WikiLeaks, o ativista australiano Julian Assange.
No dia 23 de janeiro, a defesa de Assange informou que tinha apresentado uma "solicitação urgente" diante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), cuja sede fica em Washington, para que ordenasse aos EUA que revelasse as acusações apresentadas em sigilo contra seu cliente.
Manning foi condenada em 2013, quando ainda era conhecida como Bradley Manning, a 35 anos de prisão por ter sido responsável pelo que foi considerado entao o maior vazamento de documentos confidenciais da história dos EUA.
A ex-militar foi libertada em 17 de maio de 2017 após um perdão presidencial concedido pelo ex-presidente Barack Obama, três dias antes de ele deixar o poder.
Enquanto trabalhava como analista de inteligência militar, Manning vazou mais de 700 mil documentos classificados ao WikiLeaks sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, além de mensagens do Departamento de Estado.
JPS/efe/ots
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