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Chefe da Volks se desculpa por frase que remete ao nazismo

14 de março de 2019

Herbert Diess causa polêmica em apresentação sobre metas de lucro ao usar frase que evoca inscrição colocada em portões de antigos campos de concentração nazistas. Executivo diz que escolha de palavras foi infeliz.

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Presidente do Grupo Volkswagen, Herbert Diess
Herbert Diess disse "Ebit macht frei" (Ebit liberta), frase que lembra a inscrição "Arbeit macht frei"Foto: Reuters/F. Bimmer

O presidente-executivo do Grupo Volkswagen, Herbert Diess, causou polêmica na Alemanha ao comunicar a vinculação de metas mais rígidas de lucro aos diretores da montadora usando uma frase que remonta a a um slogan da era nazista.

Diess usou a frase "Ebit macht frei" ("Ebit liberta") em conexão com o retorno operacional de várias marcas do Grupo Volkswagen. A frase lembra a inscrição "Arbeit macht frei" ("O trabalho liberta"), que os nazistas colocaram nos portões de vários campos de concentração.

Ebit é a sigla em inglês para "earnings before interest and taxes" (lucro antes de juros e impostos). O cálculo do Ebit permite estimar os resultados das operações de uma empresa, sem incluir as despesas financeiras ou as receitas de serviços.

O presidente da Volkswagen se desculpou pela frase dita num evento interno. "Não foi de forma alguma minha intenção colocar essa afirmação num contexto errado", disse Diess nesta quarta-feira (13/03). "Naquele momento, não pensei que esta possibilidade [de mal-entendido] existisse."

Portão do antigo campo de concentração de Auschwitz-Birkenau com inscrição "Arbeit macht frei"
Portão do antigo campo de concentração de Auschwitz-Birkenau com inscrição "Arbeit macht frei"Foto: Picture alliance/Bildagentur-online/Schoening

Diess reiterou que sua declaração estava estritamente ligada ao contexto administrativo. "O Grupo Volkswagen possui marcas com diferentes níveis de receita operacional. A experiência mostrou que marcas com alto retorno têm maior liberdade de tomada de decisão dentro do grupo", explicou.

Diess tem promovido medidas de austeridade, especialmente no carro-chefe do Grupo, a divisão de veículos de passageiros, e na subsidiária Audi, para liberar verbas para investimentos em mobilidade elétrica e outras tecnologias.

"De fato, foi uma escolha infeliz de palavras, e lamento muito caso tenha acidentalmente ferido sentimentos. Peço desculpas formalmente", reiterou Diess.

Um porta-voz da montadora destacou que o Grupo Volkswagen tem contribuído há décadas com projetos em prol da memória em torno da ditadura dos nacional-socialistas na Alemanha.

A montadora alemã foi fundada em 1937 pelos nazistas. Para a criação da Volkswagen foram usados, entre outras fontes, bens sindicais expropriados. Durante a Segunda Guerra, a Volkswagen fez uso de trabalho forçado em muitas instalações.

PV/dpa/ots

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