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Cervejarias alemãs registram queda nas vendas

1 de fevereiro de 2024

Em 2023, redução foi de 4,5% em comparação com o ano anterior, segundo o Departamento Federal de Estatísticas. Desde 1993, queda é de 25%. Para especialistas, hábitos mais saudáveis e inflação estão entre os motivos.

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Garrafa de cerveja vazia largada na neve, em frente ao Parlamento alemão
Faixa etária de 20 e 40 anos, que gosta de sair e beber, está diminuindoFoto: Kira Hofmann/dpa/picture alliance

Um dos símbolos do país, a cerveja pode estar ficando menos popular na Alemanha. Dados divulgados nesta quinta-feira (01/02) pelo Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) mostram uma queda de 4,5% nas vendas das cervejarias alemãs em 2023 em comparação com o ano anterior. No total, foram vendidos 8,4 bilhões de litros de cerveja, 394,2 milhões a menos que em 2022. Os números não incluem cervejas sem álcool e Malztrunk (bebidas feitas à base de malte, com adição de açúcar e de baixo teor alcoólico).

Além disso, uma tendência de longo prazo é perceptível: as vendas anuais de cerveja na Alemanha estão em declínio contínuo, diz o Destatis. Em 2023, as vendas foram 11,5% inferiores às de 2013 (9,5 bilhões de litros) e 25,3% inferiores às de 1993 (11,2 bilhões de litros).

Nas cervejas envasadas misturadas com bebidas não alcoólicas a queda nas vendas é ainda maior: de 9,2%, em comparação com 2022. A cerveja misturada com refrigerantes de cola ou limão, suco de frutas ou outros aditivos sem álcool representa apenas 4,8% do total das vendas.

E a má notícia para as cervejarias é que não são somente as vendas internas que estão caindo: as exportações também estão significativamente menores.

Do total, 82,8% das vendas de cerveja em 2023 foram destinadas ao consumo interno, com uma queda de 4,2%, para 6,9 bilhões de litros, em relação a 2022.

Por outro lado, 17,1% ou 1,4 bilhão de litros foram exportados, uma queda de 5,9%. Destes, 784 milhões de litros (-2,6%) foram para países da União Europeia (UE) e 646,7 milhões de litros (-9,6%) para países de fora do bloco.

Além disso, as cervejarias distribuíram gratuitamente 11,3 milhões de litros (+1,2%) aos seus funcionários (a chamada Haustrunk, uma espécie de bônus aos empregados da área).  

Os motivos

As restrições causadas pela pandemia de covid-19 já não estão mais em vigor há muito tempo. Além disso, os festivais e grandes eventos ao ar livre, onde o consumo de álcool desempenha um papel importante, também foram retomados.

Mas então qual o motivo da queda? Para especialistas, a inflação ainda elevada no país deixa marcas profundas. Os alimentos, em particular, tornaram-se significativamente mais caros nos últimos meses.

Mas não é só isso: a tendência de uma vida mais saudável e com menos consumo de álcool também desempenha um papel crucial, tal como a pirâmide demográfica. A população está envelhecendo cada vez mais na Alemanha. O grupo entre 20 e 40 anos, que gosta de sair e beber, está diminuindo. 

De acordo com a Associação Alemã de Cervejarias, serão necessários anos até que as cervejerias vejam uma recuperação, tendo em conta a pressão dos custos e a conjuntura econômica.

le/ra (ots)