1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Após dois anos de pausa, Oktoberfest volta a Munique

16 de setembro de 2022

Empolgação com retorno da principal festa da capital bávara é ofuscada pela forte alta de preços provocada pela guerra na Ucrânia. Cerveja está cerca de 15% mais cara em relação a 2019.

https://p.dw.com/p/4Gz9K
Homem carrega várias canecas de cerveja, sem usar bandeja
Antes da pandemia, festa da cerveja alemã atraia anualmente 6 milhões de visitantesFoto: Matthias Balk/dpa/picture alliance

Após dois anos de pausa devido à pandemia de covid-19, a Oktoberfest está de volta a Munique. Mas, embora os cervejeiros estejam mais do que felizes em ver o retorno da festa, uma das principais atrações turísticas da capital da Baviera, tanto eles quanto os visitantes sofrem a pressão da inflação de uma forma que dificilmente poderia se imaginar da última vez que o evento foi realizado, em 2019.

A festa da cerveja se inicia ao meio-dia deste sábado (17/09), quando o prefeito de Munique abre o primeiro barril e anuncia "O'zapft is" (o barril está aberto, em dialeto bávaro).

A caneca de cerveja de um litro custará este ano entre 12,60 e 13,80 euros (de R$ 66 a R$ 72,20), um aumento de cerca de 15% em relação a 2019, segundo o site oficial da Oktoberfest.

Isso é reflexo da inflação que atravessa a economia alemã. Os altos preços do gás natural devido às consequências da guerra da Rússia contra a Ucrânia catapultam os custos da energia tanto para as empresas como para os consumidores em geral, enquanto o aumento da demanda provocado pelo fim da pandemia tornam mais difícil o acesso a peças e matérias-primas.

Carestia afeta desde cevada a vidro para garrafas

A inflação atingiu 7,9% anual na Alemanha em agosto, e um recorde 9,1% nos 19 países que adotam o euro. Consequentemente, as cervejarias alemãs estão enfrentando custos crescentes em toda sua cadeia de produção, com preços crescentes que afetam desde ingredientes como cevada e lúpulo, até os materiais para fabricar tampas de cerveja e embalagens.

O processo de fabricação de cerveja é muitas vezes alimentado por gás natural, e os preços para malte de cevada mais do que duplicaram. As garrafas de vidro aumentaram 80%, já que os fabricantes de vidro pagam mais pela energia. As tampas de garrafas aumentaram 60%, e até a cola para rótulos está em falta.

"Os preços de tudo mudaram significativamente este ano", constata Sebastian Utz, técnico-chefe da tradicional cervejaria Hofbräuhaus de Munique, cujas raízes vão até 1589. "Para fabricar cerveja você precisa de muita energia, e também para refrigeração. E ao mesmo tempo, precisamos de matérias-primas, como malte de cevada, lúpulo, cujos preços aumentaram.''

Visão do alto, de multidão em tenda da Oktoberfest
Festa terá um total de 120 mil lugares nas tendas e horários de abertura mais extensosFoto: Ole Mooser/Geisler-Fotopress/picture alliance

Também subiram os custos do papelão, aço inoxidável para barris, paletes de madeira, material de limpeza para lavar os tanques. "São preços que a indústria cervejeira alemã nunca viu antes", diz Ulrich Biene, porta-voz da histórica cervejaria familiar Veltins, de Grevenstein, marcas que não é vendida na Oktoberfest.

Hotéis e gastronomia comemoram

De qualquer forma, a Oktoberfest é um impulso muito necessário aos hotéis e estabelecimentos gastronômicos de Munique. "É lindo", festeja o prefeito Dieter Reiter. "Você pode ver que o entusiasmo voltou.'' Ele minimiza as preocupações sobre um grande evento durante a pandemia, dizendo que a disseminação do coronavírus é "não mais o fator decisivo'' e acrescentando: "Vamos ver como vai ser."

Cerca de 487 estabelecimentos, incluindo cervejarias, restaurantes e expositores, participam da Oktoberfest. Serão 17 grandes tendas de festa e 21 tendas menores, com um total de 120 mil lugares, num terreno de 34 hectares. O horário de abertura será ainda mais extenso que no passado, com as primeiras tendas abrindo às 9h e fechando às 22h30.

Em  2022, a Oktoberfest o evento vai de 17 de setembro a 3 de outubro. Nos anos anteriores à covid-19, ela costumava atrair anualmente 6 milhões de visitantes a Munique, muitos deles vindos do exterior. Antes da pandemia, a festa bávara com 200 anos de história só havia sido cancelada em tempos de guerra.

md/av (DPA, AP)