Campanha presidencial na França entra na reta final
5 de maio de 2017O candidato centrista Emmanuel Macron, tenta confirmar seu favoritismo no último dia de campanha antes do segundo turno das eleições presidenciais da França neste domingo, após uma intensa disputa eleitoral que dividiu o país.
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O candidato pró-União Europeia e sua rival, a populista de direita Marine Le Pen, apresentaram visões significativamente diferentes durante a campanha eleitoral, acompanhada de perto na Europa e em todo o mundo. Nos dias finais, a batalha se intensificou ainda mais após um debate televisivo marcado pelo tom agressivo dos dois candidatos.
Em seu último comício, na cidade de Ennemain, Le Pen disse a apoiadores que lhes devolverá a chave do Palácio do Eliseu, a sede do governo em Paris. "A França não pode esperar mais cinco anos para poder andar de cabeça erguida", afirmou.
Macron, por sua vez, disse a correligionários que vai "manter nossa promessa de mudança até o fim", em evento de campanha na cidade de Albi.
Notícias falsas
Rumores de que Macron teria contas em paraísos fiscais, mencionados por Le Pen no debate televisivo assistido por 16.5 milhões de pessoas, inflamou ainda mais a atmosfera tóxica da campanha. Macron entrou com um processo legal contra a rival, a quem acusou de difamação.
Após a queixa, promotores franceses abriram uma investigação sobre a fonte dos rumores, classificados pela campanha de Macron com um caso típico de notícias falsas que teriam sido disseminadas no Twitter por portais de notícias próximos ao Kremlin, como o Sputnik e a RT, além de apoiadores do presidente americano, Donald Trump.
Le Pen negou qualquer envolvimento com o caso. Seu partido, A Frente Nacional, lembrou que o portal de internet da campanha da candidata foi atacado repetidas vezes por um hacker associado à extrema-esquerda, preso na semana passada.
Obama e Varoufakis defendem voto em Macron
O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama anunciou seu apoio a Macron através de mensagem no Twitter divulgada nesta quinta-feira no perfil do candidato.
"As eleições na França são de importância capital para o futuro do país e os valores que protegemos. O sucesso da França importa para o mundo inteiro", afirmou. Sem mencionar Le Pen, Obama ressaltou que o centrista "apela à esperança das pessoas, não aos seus medos".
Outra declaração de apoio a Macron veio do ex-ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, um dos maiores expoentes da esquerda europeia. A declaração veio após Jean-Luc Mélenchon, o candidato da esquerda francesa derrotado no primeiro turno das eleições, se recusar a apoiar o centrista contra Le Pen.
Em artigo publicado no jornal britânico The Guardian, Varoufakis lembrou que Macron foi "o único ministro da Economia que fez todo o possível" para ajudar seu país durante crise da dívida grega em 2015. "Me recuso a fazer parte de uma geração de esquerdistas que permitiram que uma fascista e racista chegasse à presidência da França", escreveu.
Pesquisas indicam que Macron possui uma vantagem de 20% das intenções de voto em relação á sua rival. No primeiro turno, o centrista recebeu 23,86% dos votos e Le Pen, 21,43%.
RC/afp/efe/lusa/ots