Cameron busca apoio do Parlamento para bombardear Síria
2 de dezembro de 2015O Parlamento do Reino Unido vai votar nesta quarta-feira (02/12) sobre a participação do país nos ataques aéreos na Síria a alvos do grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI), depois de meses de desavenças entre os conservadores e a oposição trabalhista.
"Posso anunciar que vou recomendar ao gabinete amanhã [terça-feira] que tenhamos um debate e um voto na Câmara dos Comuns sobre os ataques aéreos", declarou o primeiro-ministro David Cameron, garantindo que "vai haver um debate prolongado e cheio na quarta-feira".
Cameron defende que as aeronaves britânicas, que já estão bombardeando alvos do EI no Iraque há mais de um ano, também deveriam atacar a organização terrorista na Síria.
Mas o líder trabalhista Jeremy Corbyn, um conhecido ativista contra a guerra, acusa o premiê de "correr para a guerra" e pediu aos parlamentares trabalhistas pró-bombardeios na Síria que repensem suas posições.
Na véspera da votação, o debate entre os dois lados voltou a se acirrar, com Cameron chamando os trabalhistas de simpatizantes do terrorismo.
O premiê, que quer evitar uma derrota parlamentar semelhante à de 2013, quando estavam em debate os planos para bombardear forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, deixou claro que só levaria a questão para ser votada se tivesse certeza de suas chances de vitória.
As chances, de fato, são boas, pois Corbyn optou por liberar os parlamentares trabalhistas para votarem de acordo com as suas consciências, quebrando assim uma tradição de coesão partidária em decisões importantes. Alguns analistas, porém, avaliam que a recente declaração de Cameron sobre os "simpatizantes do terrorismo" pode lhe custar votos.
Na noite desta terça, véspera do debate, milhares de pessoas se reuniram no centro de Londres para protestar contra os planos do governo. Os manifestantes exibiam cartazes e faixas com a expressão Don't bomb Syria (Não bombardeiem a Síria).
O debate começa por volta do meio-dia (horário local), e a votação deverá acontecer à noite, depois de dez horas de discussão.
AS/rtr/lusa/dpa/afp