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Berlim lamenta decisão iraniana de adiar negociação

(rw)13 de fevereiro de 2006

Governo alemão apelou ao Irã para que reexamine o adiamento das negociações com Moscou para enriquecimento de urânio em usinas russas. Reiniciados trabalhos na usina subterrânea de Natanz.

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Complexo nuclear de Natanz, a 270 quilômetros de TeerãFoto: dpa

O governo alemão lamentou a decisão anunciada por Teerã, nesta segunda-feira (13/02), de adiar as negociações que começariam na próxima quinta-feira com Moscou, para o enriquecimento de urânio iraniano em território russo. O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, apelou ao Irã para que "deixe predominar a razão" e não rejeite esta possibilidade de solucionar o conflito.

O porta-voz do ministério, Jens Plötner, ressaltou em Berlim que a sugestão russa de oferecer suas usinas ao Irã "é uma forma diplomática de resolver o impasse em torno do conflito nuclear com Teerã". Plötner teme que, com o adiamento das conversações, corra-se o risco de que o tempo até a próxima reunião do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não seja aproveitado da melhor forma possível.

Reinício dos trabalhos em Natanz

Luftaufnahne Iran Atomanlage in Natan
Imagem aérea do complexo de NatanzFoto: AP/DigitalGlobe

Segundo diplomatas da AIEA, o Irã deu início nesta segunda-feira ao seu controvertido programa de enriquecimento de urânio na usina subterrânea de Natanz. Algumas das centrífugas da usina receberam gás hexafluoreto de urânio (UF6), com o qual se enriquece urânio, disse um diplomata da agência, com sede em Viena. Teerã insiste que o procedimento visa apenas fins pacíficos. Um grupo de inspetores da AIEA deve chegar ao Irã nesta terça-feira.

O porta-voz do governo de Teerã anunciou que seu país vai recomeçar o enriquecimento de urânio em nível industrial ainda antes da reunião do Conselho de Governadores, prevista para o dia 6 de março. O governo anunciou que pretende montar 50 mil centrífugas em Natanz, um número, segundo observadores, capaz de produzir uma bomba atômica a cada duas a três semanas, escreve a agência de notícias AFP.

Já o governo iraniano garante que objetiva enriquecer o urânio a um grau de pureza de apenas 3,5%, o suficiente para ser usado como combustível nuclear, mas não para fins militares. Para a fabricação de uma bomba é necessário um enriquecimento superior a 90%.

Moscou confiante

O porta-voz de Teerã ressaltou que o adiamento das negociações com Moscou não significa o cancelamento das conversações. Um alto diplomata do Ministério russo das Relações Exteriores considerou precipitado falar de adiamento ou cancelamento do encontro.

"Nossa sugestão de negociar no dia 16 de fevereiro continua de pé", assinalou o vice-ministro do Exterior da Rússia, Sergei Kisliak à agência de notícia russa Interfax.

A Alemanha, a França e o Reino Unido, que são os representantes da União Européia nas negociações com o Irã, consideram a sugestão russa de oferecer suas instalações para o enriquecimento de urânio iraniano "um caminho muito viável na busca de uma solução diplomática para o caso".