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Covid-19: Berlim restringe vida noturna após alta de casos

6 de outubro de 2020

Bares, restaurantes e lojas de conveniência terão que fechar entre 23h e 6h. Autoridades também proíbem reuniões com mais de cinco pessoas à noite.

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Loja de conveniência em Berlim
Loja de conveniência em Berlim. Estabelecimentos terão que fechar na madrugada Foto: Maja Hitij/Getty Images

Berlim anunciou nesta terça-feira (06/10) novas medidas para restringir o funcionamento de bares e restaurantes e desestimular aglomerações, em uma tentativa de conter um novo aumento das pelo coronavírus Sars-Cov-2, causador da covid-19.

Restaurantes, bares, lojas de conveniência (chamadas localmente de Spätis) e outros negócios da capital alemã terão de fechar entre 23h e 6h, anunciou o Senado de Berlim, órgão governante da cidade. As restrições vão entrar em vigor no próximo sábado, 10 de outubro, e devem durar até 31 de outubro.

Exceções estão previstas para lojas de postos de gasolina, mas estas não poderão vender álcool durante o horário de toque de recolher.

Além disso, reuniões ou confraternizações privadas durante a noite não poderão juntar mais de cinco pessoas que vivem em casas separadas. Encontrar-se nos parques durante a noite também será proibido.

Fora do horário de toque de recolher, apenas reuniões com até dez pessoas serão permitidas dentro de casa. Antes da imposição das novas regras, eram permitidas até 25 pessoas.

As casas noturnas e boates da cidade estão fechadas desde março.

As novas restrições foram decididas depois que o Senado se reuniu duas vezes na terça-feira para discutir uma resposta ao aumento de taxas de infecção.

No momento, o sistema de alerta da cidade aponta que as "luzes de advertência” para dois mecanismos de verificação aparecem com a cor vermelha: o chamado "número de reprodução R" (que mede o potencial  de propagação do vírus) e o valor que mostra o número de novos casos por 100 mil residentes no espaço de uma semana.

O último número R para Berlim aponta 1,26.  Se ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença a pelo menos mais uma pessoa, e o vírus se dissemina. Já a incidência de novos casos por 100 mil habitantes chegou a 44,2 na cidade nos últimos sete dias, uma prevalência muito superior à de outros estados alemães. E alguns distritos da capital apresentam números ainda piores. A luz da incidência por 100 mil habitantes passa para vermelha quando fica acima de 30.

Quatro distritos de Berlim também passaram a ser classificados como zonas de alto risco, o que significa que ultrapassaram 50 casos por 100 mil habitantes durante sete dias consecutivos.

Apenas uma das bandeiras de monitoramento da doença na cidade continua na cor verde: a que observa a ocupação de leitos de UTI para pacientes com covid-19. No momento, apenas 3,1% estão ocupados por infectados. Para que o alerta seja elevado para vermelho, a ocupação tem que ultrapassar 30%.

Este é o limite que a Alemanha usa para classificar áreas no exterior como de alto risco. Residentes alemães que retornam dessas áreas são obrigados a isolar-se por 14 dias ou se submeter a um teste para demonstrar que estão saudáveis ​​após um período mais curto de autoisolamento.

Paralelamente às medidas tomadas pelas autoridades locais de Berlim, a presidência do Bundestag (Parlamento alemão), ordenou que todos os seus membros passem a usar máscaras no interior do prédio, incluindo gabinetes, a partir desta terça-feira. A medida deve valer até pelo menos 17 de janeiro de 2021. Deputados e funcionários que não respeitarem a regra podem ser multados em até 5.000 euros (R$ 32 mil).

Em resposta à situação em Berlim, os estados de Schleswig-Holstein e da Baixa Saxônia baixaram medidas para exigir quarentenas ou testes obrigatórios de viajantes domésticos provenientes da capital. A Renânia-Palatinado também adotou esse curso de ação, embora tenha estabelecidos várias exceções.

O governador da Baviera, Markus Söder, também expressou preocupação com a crescente taxa de transmissão do vírus em Berlim: "Temo que [Berlim] esteja à beira de perder o controle", disse ele durante uma reunião do seu gabinete, acrescentando temer que a capital repita os exemplos de Madri e Paris, que viram uma explosão de novos casos e tiveram que impor medidas ainda mais drásticas.

Nas últimas 24 horas, 288 novas infecções foram identificadas em Berlim, número um pouco menor do que no dia anterior, quando 301 pessoas testaram positivo. Desde o início da pandemia, 16.236 casos da doença foram identificados na capital, e 231 pessoas morreram.

Já a Alemanha acumula 303.258 casos desde o início da pandemia, com 14.803 tendo sido identificados nos últimos sete dias. O número de mortes em todo o país chegou a 9.546.

JPS/dpa/dw