Autoridades dos EUA revelam acordo com ex-executivo da Fifa
16 de junho de 2015O acordo de cooperação entre o ex-executivo da Fifa Chuck Blazer e o gabinete da Procuradoria dos EUA em Nova York, assinado em novembro de 2013, foi tornado público nesta segunda-feira (15/06). Os promotores revelaram o acordo após determinação de um juiz federal, a pedido de meios de comunicação.
O documento mostra que Blazer começou a fornecer informações às autoridades americanas em dezembro de 2011, ou seja, quase dois antes de admitir a própria culpa. O ex-secretário-geral da Concacaf, entidade que comanda o futebol nas Américas do Norte e Central e no Caribe, é tido como a principal fonte na investigação americana, que levou ao indiciamento de 14 dirigentes do futebol mundial e executivos de empresas, acusados de corrupção.
Inicialmente, o Departamento de Justiça dos EUA se opôs a tornar público o acordo com Blazer, argumentando que iria prejudicar a investigação e colocar em risco a segurança da testemunha. Entretanto, o argumento foi rejeitado pelo juiz federal Raymond Dearie.
"A natureza da cooperação de Blazer [...] deve ser retirada das sombras", escreveu o juiz em seu veredicto.
O acordo previa que Blazer iria "participar de atividades secretas seguindo instruções específicas de agentes da lei ou deste escritório [Promotoria de Nova York]". Em troca, as autoridades garantiram que não iriam recomendar uma sentença específica por seus crimes e aceitariam uma redução significativa de tempo na prisão.
Blazer secretamente se declarou culpado em dez acusações, incluindo fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, em novembro de 2013. As sentenças máximas pelos crimes poderiam ter somado até cem anos de cadeia.
Blazer, atualmente com 70 anos e supostamente com a saúde debilitada, foi membro do comitê executivo da Fifa, entre 1997 e 2003, e secretário-geral da Concacaf, de 1990 até 2011.
De acordo com as autoridades americanas, a cooperação de Blazer ajudou a construir o complexo caso de corrupção que levou às acusações contra membros do alto escalão da Fifa e à renúncia do presidente da entidade, Joseph Blatter, poucos dias depois de sua reeleição.
PV/ap/rtr/afp