Arte alemã em alta nos Estados Unidos
8 de dezembro de 2003A arte da Alemanha está por toda parte nos Estados Unidos – apesar da tensão política entre os dois países devido à guerra contra o Iraque. Em Nova York, a Neue Galerie – dedicada inteiramente à arte alemã e austríaca – festejou há pouco os dois anos da sua abertura. No St. Louis Art Museum está em cartaz com grande êxito a exposição German Art Now. “A exposição é um grande sucesso de público e ultrapassou as fronteiras da cidade”, disse a diretora do Fórum Cultural do conglomerado alemão Altana, que financia a German Art Now. E não é só: o Busch-Reisinger Museum da Universidade de Harvard apresenta uma exposição de arte alemã do início do século passado. E no Vasser College estão expostos trabalhos de Käthe Kollwitz.
“Eu acredito que o interesse da sociedade americana pela arte alemã até mesmo aumentou nos últimos tempos”, afirma a professora visitante de Cultura do Século 20 na Universidade de Duke, Dorothea Dietrich. “Antigamente, nos Estados Unidos, prestava-se atenção principalmente à arte francesa, mas nesse meio tempo a arte alemã foi ganhando importância.” Na opinião dela, as divergências políticas em relação à guerra contra o Iraque não trouxeram prejuízos à importância da arte alemã nos Estados Unidos. “Uma recepção negativa aconteceu mais na relação com a França.”
Menos nacionalismo?
Também na opinião da professora de História da Arte da Universidade da Califórnia em Berkeley – e atual integrante da Academia Americana em Berlim –, Anne Wagner, as divergências políticas não tiveram impacto na cena artística. “Talvez os amantes das artes tendam a ser menos nacionalistas que outras pessoas, ou talvez eles pensem que a cultura não é um reflexo direto da política”, supõe Wagner. E ele tem uma prova para sua tese: “Um bom exemplo é a exposição de Gerhard Richter nos Estados Unidos no ano passado. Ela foi um grande sucesso e ninguém estava menos interessado nela por causa da relação tensa entre a Alemanha e os Estados Unidos”.
A arte pode funcionar como ponte nos processos de comunicação entre países e levar à reflexão, sublinha Firmenich. “Os artistas aindam dialogam, mesmo quando os políticos há muito já não têm mais o que dizer. Artistas alemães e americanos sempre cultivaram um rico intercâmbio, e isso continua”, completa.
Impulso significativo
Desde alguns anos, a arte alemã ganha importância entre os americanos. “A abertura da Neue Galerie, em Nova York, deu um importante impulso à popularidade da arte alemã nos Estados Unidos”, explica Dietrich. Também o Fórum Cultural do complexo químico-farmacêutico Altana quer aumentar sua presença em território americano – independentemente do clima político entre os dois países. “'Agora, mais do que nunca', diz nosso lema desde as divergências entre a Alemanha e os Estados Unidos sobre a guerra contra o Iraque", afirma Firmenich.