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Angela Merkel: "O mundo não espera por nós"

31 de dezembro de 2017

Líder alemã quer formar rapidamente um novo governo em 2018 e deseja mais "respeito mútuo, em sentido abrangente". Dessa vez, tradicional mensagem de Ano Novo da chanceler não teve uma ideia central, como no ano passado.

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Chanceler alemã, Angela Merkel, durante discurso de Ano Novo
Chanceler alemã, Angela Merkel, durante discurso de Ano NovoFoto: Reuters/H. Hanschke

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, se preocupa com a coesão na Alemanha. "Há muito tempo que não há tantas opiniões diferentes sobre isso”, afirmou a chefe de governo, em seu tradicional discurso de Ano Novo, divulgado neste domingo (31/12).

"Alguns até falam em uma fenda que atravessa nossa sociedade", comentou, acrescentando que alguns diriam que a Alemanha é um país maravilhoso, forte e economicamente bem-sucedido, com uma sociedade cosmopolita e diversificada; enquanto outros afirmam que há gente demais que não compartilhariam desse sucesso, que haveria muita criminalidade e violência. "Eles se perguntam ‘como podemos organizar e controlar a imigração para o nosso país'", salientou.

Segundo ela, ambas são realidades, tanto o sucesso e a confiança, como também os medos e as dúvidas. "Para mim, ambas são um incentivo”, ressaltou. A chanceler argumentou que os políticos têm a tarefa de cuidar dos desafios do futuro, tendo em mente as necessidades de todos os cidadãos, e que ela se sente na obrigação de cumprir esta missão – e por isso mesmo trabalha para rapidamente estabelecer um governo estável para a Alemanha no novo ano. "Pois o mundo não está esperando por nõs", acrescentou a chefe de governo alemã.

Economia social de mercado 

Merkel acredita que as condições devem ser criadas que a Alemanha também continue bem em 10 ou 15 anos. Isso significa, segundo ela, garantir empregos existentes e criar empregos inteiramente novos para o futuro. De acordo com Merkel, as empresas devem receber do governo ainda mais apoio nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e, por isso, ela quer tornar o Estado um "pioneiro do mundo digital".

A chanceler classificou a economia social de mercado como seu princípio norteador, que também poderia ser "nossa bússola" em tempos de progresso digital. "Por isso, as famílias devem ser colocadas como ponto central e devem ser aliviadas, para seja possível uma melhor conciliação entre vida familiar e trabalho”, sublinhou.

Valores europeus

Merkel vê o futuro da Alemanha como "inseparavelmente" ligado ao futuro da Europa. Vinte e sete estados precisam ser levados, mais do que nunca, a atuar como uma comunidade, segundo ela. A chanceler vê essa como a questão crucial dos próximos anos. Ela disse ser importante que "nós, europeus, representemos nossos valores de forma solidária e autoconfiante, interiormente e externamente, nesse mundo global e digital". A chanceler frisou que Alemanha e França querem cooperar estreitamente para que isso aconteça.

No final do discurso de Ano Novo, a líder alemã retomou o tópico do início de sua fala. A luta por respostas corretas é, para ela, "parte de uma democracia viva". Ela assegurou que um de seus desejos para o Ano Novo na Alemanha é que "nos tornemos novamente mais conscientes do que nos mantém juntos internamente". Merkel enfatizou que, para isso, é importante "nos esforçamos para termos mais respeito uns pelos outros novamente, respeitoso em um sentido abrangente".

Mais coesão e um fortalecimento da democracia, eram desejos que a chanceler alemã também expressou um ano atrás. Mas desta vez, ela não entrou em outro tópico: o terrorismo. Há 12 meses, esta palavra foi, então, a ideia mais forte de seu discurso de seu Ano Novo, ainda sob o impacto do atentado terrorista contra um mercado de Natal em Berlim.

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Marcel Fürstenau
Marcel Fürstenau Autor e repórter de política e história contemporânea, com foco na Alemanha.