Alemanha vai aumentar efetivo das Forças Armadas
10 de maio de 2016A Alemanha vai aumentar o número de efetivos das suas Forças Armadas (Bundeswehr) pela primeira vez desde 1990, pondo fim a um quarto de século de cortes sucessivos, anunciou nesta terça-feira (10/05) a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen.
Até 2023, o governo alemão quer incorporar 14,3 mil soldados e 4,4 mil civis. "Precisamos acabar com um processo permanente de atrofia e diminuição da Bundeswehr. Acabar com o limite máximo fixo e flexibilizar a estrutura de pessoal. É tempo de a Bundeswehr voltar a crescer", afirmou a ministra, em Berlim, ao apresentar os planos.
Para alcançar esse objetivo, a Bundeswehr contratará ou prolongará o contrato de 7 mil militares. Outros 5 mil postos deverão ser preenchidos com voluntários do serviço militar ou com militares que forem remanejados de outras funções. Restam 2,3 mil vagas, e não está claro como serão preenchidas.
Von der Leyen afirmou que a ampliação é necessária diante do constante aumento das tarefas da Bundeswehr, incluindo cinco novas missões no exterior nos últimos cinco anos, a ajuda interna prestada na crise dos refugiados e os planos para um setor de defesa cibernética. Ao todo, a Alemanha participa de 16 missões no exterior, e militares alemães ampliaram sua presença na fronteira oriental da Otan, perto da Rússia.
Van der Leyen precisou ainda que o governo decidiu ampliar o orçamento das Forças Armadas para 39,2 bilhões de euros em 2020. A decisão necessita da aprovação do Parlamento. O valor atual é de 34,3 bilhões de euros. Mesmo com a ampliação, o orçamento militar ainda fica abaixo dos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) que a Otan exige e que, no caso da Alemanha, equivaleria a 60 bilhões de euros.
Nos últimos 25 anos, a Bundeswehr perdeu cerca de 559 mil militares e funcionários civis. No final de 2015, as Forças Armadas alemãs contavam 178 mil efetivos. No fim da Guerra Fria, em 1990, tinha 585 mil militares. Em 2011, foi estabelecido um teto de 185 mil soldados e 56 mil civis na corporação, que a ministra pretende agora derrubar.
CN/rtr/afp/dpa/lusa