Alemanha supera a marca de 3 milhões de casos de covid-19
12 de abril de 2021A Alemanha ultrapassou nesta segunda-feira (12/04) a marca de 3 milhões de casos de covid-19. O Instituto Robert Koch (RKI), a agência governamental para o controle e prevenção de doenças contagiosas, registrou 13.245 novas infecções nas últimas 24 horas. Com isso, a Alemanha contabilizou oficialmente 3.011.513 casos desde o início da pandemia.
O número de novas infecções relatado pelo RKI também apontou para a contínua tendência de aumento de casos na Alemanha. Há exatamente uma semana, o instituto havia registrado 8.497 novos casos.
Consequentemente, a taxa de incidência de sete dias também pulou de 129,2 novas infecções por cem mil habitantes – registrada no domingo – para 136,4 nesta segunda-feira. O RKI comunicou também 99 mortes relacionadas à covid-19 nas últimas 24 horas. Com isso, ao todo o país registrou 78.452 óbitos em decorrência da doença desde o início da pandemia.
Com uma população de aproximadamente 83 milhões de habitantes, a Alemanha é o décimo país mais atingido pela covid-19 no mundo, no número de infecções, e o nono no ranking referente à quantidade de óbitos. O Brasil figura em terceiro e segundo, consequentemente.
De acordo com a Associação Alemã Interdisciplinar para Terapia Intensiva e Medicina de Emergência (DIVI, na sigla em alemão), o país bateu também recorde de ocupação de leitos em UTIs por pacientes com covid-19, com 4.648 internações. Quase 60% destes pacientes necessitam de um respirador artificial. Restam ainda apenas pouco mais de 1.300 leitos de UTI livres previstos para pacientes infectados com o coronavírus.
Ao mesmo tempo, o país corre o risco de não ter funcionários da saúde suficientes, conforme publicou o diretor da DIVI, Christian Karagiannidis, no Twitter. "Mesmo se houver um lockdown radical, os números continuarão a aumentar por 10 a 14 dias", escreveu. Karagiannidis defendeu a adoção de medidas mais restritivas imediatas.
Projeto de lei para centralizar combate da pandemia
Diante do avanço da pandemia e da situação preocupantes em hospitais, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, anunciou uma intervenção federal mais rígida. Berlim deve decidir ainda esta semana sobre mudanças na Lei de Proteção contra Infecções, e tais alterações devem possibilitar que, em casos de pandemia, a condução do gerenciamento sanitário seja centralizado e nas mãos do governo federal.
O rascunho do projeto estipula medidas para distritos nos quais são registrados uma taxa de incidência de 100 ou mais novas infecções por cem mil habitantes em uma semana – atualmente, o caso em mais da metade dos distritos alemães. Entre os novos poderes que seriam conferidos ao governo federal estão a autoridade em decretar um toque de recolher das 21h às 5h e o fechamento de escolas em locais onde a taxa de incidência ultrapassar a marca de 200 infecções por cem mil habitantes.
No entanto, para uma aprovação expressa no Parlamento alemão e no Conselho Federal, conforme planejado, o governo federal necessita do apoio da oposição. Isso porque a aceleração de procedimentos necessitam a aprovação de dois terços do Bundestag – e esse apoio pode não ser alcançado.
O presidente do Partido Liberal-Democrático (FDP), Christian Lindner, anunciou numa entrevista que não pretende apoiar um projeto de lei que possibilite a imposição de toques de recolher. Lindner e o governador democrata-cristão da Saxônia, Michael Kretschmer, reclamaram também que o projeto se baseia basicamente na taxa de incidência e não em outro parâmetros.
O Partido Social-Democrata (SPD) pediu que a experiência de cada estado no combate ao novo coronavírus seja levada mais em consideração pelo governo federal e defendeu por mais programas de ajuda. Juntamente com o Partido Verde e A Esquerda, os social-democratas também exigem testagens obrigatórias para as empresas.
Do outro lado, os candidatos favoritos a concorrerem à sucessão de Merkel, o chefe da União Social Cristã (CSU) e governador da Baviera, Markus Söder, e o novo líder da CDU e governador da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, prometeram total apoio ao projeto.
pv/cn (rtr, dpa, afp, ots)