Alemanha e Áustria convocam cúpula da UE sobre refugiados
15 de setembro de 2015A Alemanha e a Áustria propuseram nesta terça-feira (15/09) a realização de uma reunião de cúpula extraordinária da União Europeia (UE) na próxima semana para discutir a crise migratória no continente.
Após reunir-se em Berlim com seu homólogo austríaco, Werner Faymann, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, afirmou que os dois países encaminharam o pedido ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Merkel disse que a intenção não é discutir novamente os planos para a distribuição dos refugiados entre os países do bloco, afirmando que a questão está em "boas mãos" ao ser tratada pelos ministros do Interior da UE.
O objetivo, explicou a chanceler, será analisar formas de apoiar os países dos quais as pessoas saem em busca de refúgio e como trabalhar melhor em parceria com a Turquia – de onde muitos migrantes partem em direção à Grécia. Além disso, seriam discutidas maneiras de acelerar a criação de centros de refugiados, os chamados hot spots, na Grécia e na Itália, para acolher e registrar os que chegam ao continente.
Merkel ressaltou que a Alemanha, a Áustria e a Suécia – os países que vêm suportando o peso do pelo fluxo migratório atual – não podem lidar com a situação sozinhos. "Este é um problema de toda a União Europeia. Por isso, requeremos a realização de uma reunião de cúpula extraordinária na próxima semana", disse.
A chanceler federal minimizou uma suposta ameaça feita por seu ministro do Interior, Thomas de Mazière, que havia dito que a UE deveria impor penalizações financeiras aos Estados-membros que não aceitarem compartilhar os refugiados no continente. Ela pediu a volta de um "espírito europeu" e disse que "ameaças não são a maneira apropriada para se chegar a um acordo".
Merkel defendeu a decisão de seu governo de restabelecer os controles na fronteira com a Áustria, afirmando que a medida visa apenas facilitar o registro dos refugiados que chegam ao país. Ela afirmou que os controles deverão permanecer "até que a segurança esteja restabelecida".
Quanto àscríticas da União Social Cristã (CSU) – tradicional aliado de seu partido, a União Democrata Cristã (CDU) – à política de acolhimento de seu governo, Merkel foi enfática ao afirmar que "se agora tivermos que pedir desculpas por nos mostrarmos amigáveis frente a uma situação de emergência, então, este não é o meu país". Ela disse estar convencida de que a decisão de acolher os refugiados vindos da Hungria foi acertada.
RC/epd/dpa/rtr/afp/ap