Acordo assegura financiamento do Airbus militar
26 de fevereiro de 2003O projeto do Airbus militar A400M passou desde o início por uma série de atribulações. Entre outras coisas, contribuiu para a demissão do ex-ministro alemão da Defesa, Rudolf Scharping: ele fizera a encomenda de 73 aeronaves sem solicitar a necessária aprovação prévia pelo Parlamento alemão.
O sucessor de Scharping no Ministério da Defesa, Peter Struck, reduziu posteriormente a encomenda para 60 aparelhos. Além disto, o governo português – às voltas com um enorme déficit no orçamento público – decidiu retirar-se do projeto.
Maiores custos –
O grupo dos países que permaneceram no projeto – Alemanha (60 aviões), França (50), Espanha (27), Grã-Bretanha (25), Turquia (10), Bélgica (7) e Luxemburgo (1) – teve de enfrentar o problema do aumento dos custos de produção, que tinham sido calculados para um total de 196 aeronaves.Isto foi solucionado com o acerto de um preço definitivo para as aeronaves, segundo notícia divulgada pelo jornal Financial Times Deutschland. O aumento dos custos – da ordem de 500 milhões de euros ou 3% do valor da encomenda – foi dividido entre os sete países e a EADS, empresa matriz da Airbus.
Modernização –
O Airbus A400M será destinado a substituir modelos antigos de aviões cargueiros militares, como os do tipo Transall na Alemanha ou do tipo Herkules nas Forças Aéreas dos outros países integrantes do projeto. Equipada com quatro motores turboélice, a aeronave alcança uma velocidade de 780 quilômetros/hora, sendo assim muito mais veloz que os aparelhos atualmente utilizados.O pacote completo de produção dos 180 aviões tem um valor total de cerca de 20 bilhões de euros. O contrato final, baseado no acordo agora logrado, deverá ser assinado até o final de abril próximo. Os primeiros aparelhos deverão deixar os hangares de construção da Airbus em 2009.