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A ordem nas Forças Armadas é poupar

(ef)

Na contramão das pressões dos Estados Unidos e da indústria aeronáutica, o governo alemão ordenou mais contenção de despesa nas Forças Armadas (Bundeswehr).

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Alemanha só vai encomendar 60 dos 73 Airbus A400M previstosFoto: AP

A receita para emagrecimento da Bundeswehr, prescrita pelo ministro da Defesa, Peter Struck, terá efeito sobre o orçamento da União nos próximos seis ou oito anos. Ela implica reduções em muitos programas de armamento, racionalização na tropa e renovação mais rápida de material envelhecido e dispendioso.

A política de apertar também o cinto dos militares faz parte dos esforços do gabinete do chanceler federal Gerhard Schröder de reduzir o déficit orçamentário e cumprir os critérios de estabilidade do euro. Trata-se também, parcialmente, de um prosseguimento do programa do pós-guerra, para enxugamento, racionalização e modernização das Forças Armadas, iniciado pelo antecessor de Struck, Rudolf Scharping.

A nova ordem de poupança foi dada no exato momento em que a indústria alemã de aeronáutica cobra do governo garantia de planejamento nos programas de armamento. O setor já investiu 100 milhões de euros em desenvolvimento este ano e quer ter o seu dinheiro de volta.

Se as encomendas oficiais diminuírem muito, os custos com desenvolvimento vão aumentar em milhões de euros, conforme advertiu o presidente da Federação das Indústrias Alemãs de Armamento e Aeroespacial, Rainer Hertrich, antes mesmo de o ministro da Defesa oficializar os cortes nas despesas com equipamento bélico.

Menos mísseis e aviões de combate

O ministro da Defesa anunciou, na quinta-feira (5) que será encomendada uma quantidade bem menor de mísseis dos tipos Iris-T e Meteor, previstos para armar os 180 aviões de combate Eurofighter, que deverão ser fornecidos numa primeira parcela, conforme combinado quatro anos atrás.

A encomenda de aviões de transporte militar A400M também vai ser reduzida. Em vez das 73 unidades previstas, só serão encomendadas 60. Esta redução foi oficializada depois de longas negociações com os parceiros britânico e francês nesse projeto de armamento no âmbito da União Européia. A indústria de aeronáutica alemã havia cobrado planos seguros principalmente para a encomenda dos Airbus A400M.

Uma flotilha para três armas

A frota de helicópteros das Forças Armadas deverá ser centralizada. De forma que os novos helicópteros de transporte do tipo NH90 terão de ser empregados no Exército, Marinha e Aeronáutica e também em eventuais operações atrás de linhas inimigas, para socorrer tripulações de aviões derrubados.

Em conseqüência da ação da Bundeswehr no Afeganistão, a Defesa alemã terá futuramente os seus aviões de transporte Transall equipados com aparelhos eletrônicos, que mostram quando o avião entra na mira de um radar inimigo e possibilitam medidas de defesa antiaérea. O ministro Struck também anunciou para o ano que vem novas diretrizes e um planejamento detalhado para as finanças da Defesa, considerando os princípios de envelhecimento e desgaste de material bélico.