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Ugandeses presos em Moçambique negam envolvimento em ataques

Bernardo Jequete (Chimoio)
12 de fevereiro de 2019

Os 12 cidadãos detidos na cidade de Chimoio, província de Manica, no domingo, desmentem qualquer envolvimento nos ataques armados em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. As autoridades estão a investigar o caso.

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Casas na localidade de Mucojo, Cabo Delgado, destruídas por grupos armadosFoto: Privat

Os ugandeses foram detidos no domingo (10.02), em Chimoio, quando seguiam num autocarro rumo a Maputo, a capital moçambicana. Os cidadãos disseram que iam a caminho do Zimbabué, mas a polícia achou estranho que estivessem num autocarro na direção oposta.

"O que nos deixou a duvidar é que, na sua posse, apreendemos não só 16 telemóveis, um computador, lanternas, altas somas monetárias em moedas sul-africana, moçambicana e ugandesa - o que sustentou alguma desconfiança, tendo em conta a atual situação que o país tem vivido, concretamente no norte", explica Mateus Mindú, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica.

Ugandeses presos em Moçambique negam envolvimento em ataques

A polícia diz ter apreendido o equivalente a 2.000 euros em divisas. No início de fevereiro, as autoridades moçambicanas anunciaram a detenção de outros três cidadãos ugandeses, acusados de recrutar jovens para realizar ataques armados em Cabo Delgado.

"Simplesmente à procura de um futuro melhor"

Mas os ugandeses detidos no domingo negam estar envolvidos na violência no norte de Moçambique. Samuel M., um dos 12 detidos, disse em entrevista à DW África que o grupo ia à procura de trabalho em campos agrícolas, no Zimbabué. "Não temos informações claras que o Zimbabué não está bem economicamente, mas também não íamos à capital do país, mas sim às farmas, pois alguém contactou-nos para trabalhar nas farmas no Zimbabué", conta.

Swaib J., outro detido, corrobora a história do companheiro de grupo: eles iam à procura de trabalho nos campos. "Estamos simplesmente à procura de um futuro melhor. Saímos do nosso país à procura de serviço. E em Moçambique só estávamos de passagem para o Zimbabué, onde íamos escalar Harare e alguém levar-nos-ia para os campos", diz.

O caso está a ser investigado pelas autoridades e está em curso "um trabalho conjunto com os outros setores das Forças de Defesa e Segurança", segundo o porta-voz da Direção Provincial de Migração em Manica, Jorge Machava. "Quando pediram o visto, diziam eles que iam para o Zimbabué, mas o motivo que os leva a ir a Maputo não sabemos", afirma.