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Tete: MDM denuncia vandalização de material de campanha

Jovenaldo Ngovene (Tete)
29 de setembro de 2023

No quarto dia da campanha eleitoral rumo às autárquicas, o Movimento Democrático de Moçambique denuncia a vandalização e queima de material de campanha, na província de Tete. Ativista denuncia "intolerância política".

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Foto de arquivo: Campanha eleitoral em Tete nas eleições de 2018
Foto: DW/A.Zacarias

Os primeiros dias de campanha decorreram sem sobressaltos, mas o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) denunciou esta sexta-feira (29.09) a vandalização e queima de material propagandístico do partido na cidade de Tete.

Segundo Claudina Guimarães, delegada política provincial do MDM, os atos de vandalismo ocorreram na madrugada de quinta-feira. A delegada em Tete diz ter a certeza de que se trata de uma provocação política para inviabilizar a campanha do seu partido para as eleições autárquicas de 11 de outubro. 

MDM Fahne
MDM queixa-se de vandalização do material de campanhaFoto: Ismael Miquidade

"Quando me ligaram era aproximadamente uma hora da manhã. Informaram-me que houve um incêndio, que alguém tinha ateado fogo na delegação e estavam a ver fumaça. Quando chegámos, vimos que o nosso armazém estava a arder, conseguimos tirar algum material para fora e não conseguiram queimar tudo, porque tivemos apoio", afirmou Claudina Guimarães à DW.

"Intolerância política"

As denúncias do MDM seguem-se à detenção de membros do partido nas províncias de Cabo Delgado e Sofala.

Os membros da sociedade civil consideram que o vandalismo no armazém do MDM em Tete é uma "demonstração clara" de intolerância política. 

A ativista social Felizarda Malene diz que este problema deve ser resolvido o mais rapidamente possível, para que a campanha prossiga de forma ordeira, sem manchar o período eleitoral. No entanto, considera que o MDM falha ao não denunciar o caso às autoridades policiais.

"Penso que o partido devia primeiro efetuar uma queixa na esquadra mais próxima relatando o sucedido e a queima do material", comentou.

Nyusi reitera apelo a campanha pacífica

A DW contactou a Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete, mas não foi possível obter uma reação sobre a denúncia do Movimento Democrático de Moçambique.

Ainda esta semana, o porta-voz da corporação, Feliciano da Câmara, assegurou que estavam criadas todas as condições de segurançapara os partidos políticos, durante a campanha.

À lupa: Porque é importante ter autarquias?

"A força operativa da PRM tem feito um desdobramento de modo a garantir a devida intervenção de forma isenta e imparcial, garantindo deste modo que todas as situações sejam controladas e não haja cenário de violência, bem como cenários que possam levar à alteração da ordem pública", disse Feliciano da Câmara.

O Presidente da República de Moçambique voltou hoje (29.09) a apelar a uma campanha pacífica. Filipe Nyusi frisou que não pode haver "pancadarias entre simpatizantes de partidos políticos, sobreposição ou destruição do material de propaganda" ou a "obstrução de rotas das caravanas partidárias".

A província de Tete conta com cinco autarquias, nomeadamente, as cidades de Tete e Moatize, a vila de Ulongué, no distrito de Angónia, Nhamayabue, no distrito de Mutarara, e a mais recente autarquia de Chitima, em Cahora Bassa. 

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e o MDM concorrem em todas as 65 autarquias do país. O partido Revolução Democrática (RD) concorre também na cidade de Tete, perfazendo um total de quatro partidos na capital provincial.

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