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PolíticaSão Tomé e Príncipe

STP: Governo avisa que não vai tolerar subversão da ordem

Lusa
2 de agosto de 2021

Aviso é deixado pelo primeiro-ministro, na sequência de protestos "sem autorização prévia" e "para testar reação das forças de segurança". Manifestantes pediam fim do impasse eleitoral após presidenciais de 18 de julho.

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Galerie - São Tomé e Príncipe
Foto: DW/R. Graça

O primeiro-ministro são-tomense avisou esta segunda-feira que o seu "Governo não vai tolerar nenhum ato de subversão da ordem pública" e prometeu responsabilizar "dirigentes políticos e as forças partidárias" que considera estarem a instrumentalizar a população.

Durante o fim de semana, um grupo de cidadãos, promoveu uma manifestação, na Trindade, Distrito de Mé-zóchi, defronte da residência oficial do Presidente da República são-tomense, Evaristo Carvalho, na tentativa de serem recebidos pelo Chefe de Estado à quem pedem uma posição para resolver oimpasse eleitoral no país e permitir a realização da segunda volta das eleições para o dia 8 de agosto, como estava previsto pela Comissão Eleitoral Nacional.

Segundo o chefe do Governo são-tomense, o mesmo grupo também se deslocou, "sem autorização prévia", à residência do Presidente do Tribunal Constitucional com "o propósito de invasão a privacidade e coação" e realizou, no domingo, "uma vigília diante do Palácio do Povo" e "na praça da independência, numa clara tentativa de promover e testar a reação das forças de defesa e segurança que se mantiveram prontas, serenas e vigilantes, na manutenção da ordem pública".

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Jorge Bom JesusFoto: DW/R. Graça

"Os dirigentes políticos e as forças partidárias que de forma acintosa, pública e comprovadamente instrumentalizarem a população, ou seja proferindo discursos inflamatórios, organizando e financiando atos ilícitos puníveis por lei, que incitem a violência, ao ódio, a insurreição e a desordem pública, serão responsabilizados política e criminalmente", alertou o primeiro-ministro.

Contexto "preocupante e precário"

Jorge Bom Jesus considerou que "o contexto pós-eleitoral é deveras preocupante e precário, e exige de todos os atores políticos, sociais e a sociedade civil organizada muita contenção para evitar derivas, aproveitamentos e até caos social".

Na última semana, militantes da Ação Democrática Independente (ADI) e apoiantes de Carlos Vila Nova, candidato mais votado na primeira volta das eleições em São Tomé, realizaram uma manifestação na cidade de São Tomé para exigir o fim do bloqueio do processo eleitoral.

"Instamos os dirigentes políticos a adotarem uma postura de responsabilidade patriótica perante a conjuntura atual que briga com o processo eleitoral em curso e a imagem do Estado são-tomense", explicou o governante.

São Tomé e Príncipe está perante uma crise política e institucional porque a justiça não divulgou, até ao momento, os resultados oficiais das eleições realizadas no dia 18 de julho. O candidato Carlos Vila Nova que, segundo os dados provisórios, venceu a primeira volta, exige a realização da segunda volta no dia 8 de agosto, mas Guilherme Posser da Costa, segundo mais votado, e Delfim Neves, terceiro mais votado, defendem a recontagem dos votos, inclusive, este último, apresentou um recurso no Tribunal Constitucional.

O recurso apresentado por Delfim Neves, que é também presidente do Parlamento são-tomense, dividiu os juízes do Tribunal Constitucional, que divulgaram dois acórdãos, um a favor e outro contra a recontagem dos votos. Há uma semana que o impasse permanece.

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