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Repressão policial deixa feridos no Mali

Reuters | AFP | AP | tms
2 de junho de 2018

Marcha pacífica da oposição foi interrompida pela polícia, que proibiu manifestações devido ao estado de emergência em vigor no país. Manifestantes pediam transparência nas eleições do mês que vem.

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Mali | Proteste in Bamaku gegen die Intransparenz der Präsidenschaftswahlen
Foto: Getty Images/AFP/M. Cattani

Em Bamako, capital do Mali, pelo menos 16 pessoas ficaram feridas este sábado (02.06), vítimas da repressão policial contra a marcha convocada pela oposição, que pretendia reivindicar transparência nas eleições presidenciais do mês que vem, segundo informaram testemunhas a autoridades.

A manifestação organizada por uma coligação de partidos da oposição havia sido proibida pelo Governo, que alertou para o estado de emergência em vigor desde 2015 no país.

Segundo apurou a agência de notícias Reuters, os manifestantes, que se reuniram do lado de fora da sede de um dos partidos da oposição, no centro da cidade, foram recebidos pela polícia com escudos e cassetetes. "Centenas de polícias vieram e cercaram a sede, depois entraram, espancaram-nos e dispararam gás lacrimogéneo", disse Alou Niang, um manifestante.

Mali | Proteste in Bamaku gegen die Intransparenz der Präsidenschaftswahlen
Polícias armados com cassetetes e escudos contra os manifestantes Foto: Getty Images/AFP/M. Cattani

Já a agência de notícias AFP informou que a polícia tentou interromper uma manifestação de centenas de pessoas do lado de fora da sede da Aliança Democrática pela Paz - o partido do atual Presidente Ibrahim Boubacar Keita - atirando gás lacrimogéneo e espancando os manifestantes com cassetetes.

"A nossa marcha foi pacífica. E foi um poder antidemocrático que nos atacou. A ditadura não passará", disse Ousmane Kone, um pedreiro que participou da manifestação no centro da cidade.

Mali | Proteste in Bamaku gegen die Intransparenz der Präsidenschaftswahlen
Foto: Getty Images/AFP/M. Cattani

Feridos

Várias pessoas foram levadas para o hospital após os confrontos. "Foram 16 feridos evacuados para o hospital, 10 deles já foram liberados. Um polícia foi ferido", disse Amadou Sangho, porta-voz do Ministério da Segurança, acrescentando que um veículo da polícia foi danificado e oito pessoas foram detidas.

Funcionários do hospital recusaram-se a falar com a reportagem da Reuters, mas um funcionário do hospital, que pediu para não ser identificado, confirmou que 14 pessoas tiveram ferimentos leves, enquanto dois foram casos mais graves.

"Fui levemente ferido quando participava da marcha para pedir eleições justas e transparentes. Graças a Deus, consegui ajudar algumas das mulheres e jovens feridos", escreveu Mamadou Igor Diarra, candidato à Presidência da oposição, em sua conta no Twitter.

Eleições e violência

Cerca de uma dúzia de candidatos anunciaram sua candidatura às eleições presidenciais. Entre os nomes mais fortes está o do líder da oposição Soumaila Cisse, ex-ministro das Finanças. O Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keita, de 73 anos, anunciou sua candidatura para um segundo mandato a 28 de maio.

Entretanto, a crescente violência em todo o Mali levantou dúvidas sobre a viabilidade de eleições em algumas partes do país, especialmente no norte, onde ainda atuam grupos jihadistas. Dezenas de cidadãos das etnias Tuareg e Fulani também foram mortos em conflitos no norte, enquanto insurgentes mataram dezenas de soldados da ONU e soldados do Governo.

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