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Nyusi cantou "Chapo Presidente, doa a quem doer"

bd | Lusa
25 de outubro de 2024

Daniel Chapo, candidato da FRELIMO que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou ter vencido as presidenciais, disse que vai ser o "Presidente de todos os moçambicanos". Presidente Nyusi cantou uma música polémica.

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Daniel Chapo, candidato eleito
Chapo quer ser PR de todos os moçambicanos, incuindo dos que se manifestam nas ruas Foto: Marco Longari/AFP

"A partir deste momento em que temos resultados que vão ser validados pelo Conselho Constitucional, vamos passar a ser Presidente de todos os moçambicanos, incluindo aqueles que se estão a manifestar", afirmou Chapo, num encontro com dirigentes do partido, em que tinha ao seu lado o Presidente e líder da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Filipe Nyusi.

"Vamos conversar com eles. Nós repudiamos as manifestações porque somos um partido de paz e vamos dialogar com todos esses nossos irmãos. Queremos ser Presidente de todos os moçambicanos", reiterou.

Daniel Chapo acrescentou que vai procurar "fazer o melhor para o povo moçambicano, independentemente da sua origem, da sua filiação política, da sua filiação religiosa, da sua cor de pele, de qualquer coisa que possa nos fazer diferente".

"Iremos trabalhar para todos os moçambicanos e para que tenhamos as mesmas oportunidades em qualquer lugar", disse.

Depois de vincar que "sem a paz, sem a segurança, não há desenvolvimento", Daniel Chapo defendeu que "a paz, a tolerância, o diálogo, o pluralismo democrático, o debate responsável de ideias, a inclusão, devem constituir as fundações da nossa convivência democrática".

Diálogo entre irmãos

"Porque não há desenvolvimento sem a paz e a segurança, nós vamos continuar a trabalhar para que Moçambique seja um país de paz, um país de tolerância, um país de diálogo entre irmãos, que haja pluralismo democrático, o debate responsável de ideias possa reinar entre nós, a inclusão no processo de desenvolvimento possa realmente fazer parte do dia-a-dia de cada um dos moçambicanos", referiu.

"O diálogo tem de ser a base para a resolução dos nossos conflitos", frisou.

Daniel Chapo
Chapo defende diálogo e pazFoto: Mozambique Liberation Front/AFP

Daniel Chapo terminou a intervenção anunciando que uma vez validados os resultados eleitorais hoje divulgados pela CNE pelo Conselho Constitucional, a FRELIMO vai "fazer a marcha da vitória".

Antes de Daniel Chapo, interveio Filipe Nyusi, que cantou "Chapo Presidente, doa a quem doer".

A CNE anunciou hoje a vitória de Daniel Chapo (FRELIMO) na eleição a Presidente da República de 09 de outubro, com 70,67% dos votos, resultados que ainda carecem da validação do Conselho Constitucional.

Segundo os resultados do apuramento geral das eleições de 09 de outubro, anunciados pelo presidente da CNE, Carlos Matsinhe, em Maputo, Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO no poder), venceu com mais de 50% dos votos em todos os círculos eleitorais do país, somando no total 4.912.762 votos.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, totalizando 1.412.517 votos.

Na terceira posição da eleição presidencial ficou Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), até agora maior partido da oposição, com 403.591 votos (5,81%), seguido de Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceiro partido parlamentar), com 223.066 votos (3,21%).

Votaram nesta eleição 43,48% dos mais de 17,1 milhões de eleitores inscritos.

As eleições gerais de 09 de outubro incluíram as sétimas presidenciais - às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite de dois mandatos - em simultâneo com legislativas e para assembleias e governadores provinciais.

O anúncio dos resultados feito hoje pela CNE acontece no primeiro de dois dias de greve geral e manifestações em todo o país convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane contra o processo eleitoral deste ano, que está a ser marcado por confrontos entre manifestantes e a polícia nas principais avenidas da capital moçambicana.

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