Pelo menos 20 presos em manifestação pacífica na Nigéria
13 de fevereiro de 2021Várias figuras do movimento #EndSARS contra a violência policial, que se propagou pela Nigéria em outubro, pediram, este sábado (13.02), justiça para as vítimas de Lekki, após uma decisão do tribunal que permitiu a reabertura daquela praça.
A 20 de outubro último, as forças de segurança dispararam sobre uma multidão reunida pacificamente naquele local, matando pelo menos 10 pessoas, segundo a Amnistia Internacional.
A polícia, destacada desde sexta-feira à noite para aquela praça, carregou sobre cerca de 20 manifestantes, na manhã deste sábado (13.02), e deteve-os nos camiões-cela, onde foram transportados, enquanto alguns cantavam: "O que é que queremos? Justiça", relatou um jornalista da agência de notícias francesa, AFP.
Os manifestantes que chegavam perto da praça sentavam-se no chão e ofereciam os seus pulsos à polícia para serem presos.
"A praça de Lekki deveria ser transformada num museu da resistência e não num monumento dedicado a ganhar dinheiro", disse Damilare Adebola, 24 anos, que se encontrava detido numa carrinha da polícia.
"Para aqueles que morreram, para aqueles que foram amputados, para aqueles que foram baleados, para as vítimas de EndSARS, queremos justiça", afirmou outro manifestante.
Pelo menos duas das pessoas que foram presas e colocadas nas carrinhas de celas disseram à AFP que não eram manifestantes e que tinham sido presas porque estavam simplesmente a caminhar por aquela zona movimentada da capital económica da Nigéria.
As autoridades nigerianas tinham avisado na quinta-feira que quem planeasse manifestar-se em Lekki corria "um risco muito elevado de violência".
"Nenhuma nova violência em nome de EndSARS será tolerada desta vez, os agentes de segurança estão prontos para qualquer eventualidade", advertiram.