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Moçambique: FRELIMO vence em 44 dos 53 municípios

Leonel Matias (Maputo)
15 de outubro de 2018

Resultados oficiais provisórios das autárquicas dão vitória ao partido no poder, FRELIMO, seguido do maior partido da oposição, RENAMO, e da terceira força política, MDM. RENAMO ameaça romper com negociações de paz.

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Apoiantes da FRELIMO em TeteFoto: DW/A.Zacarias

Quando falta divulgar os resultados oficiais das eleições autárquicas 10 de outubro em apenas um município, a vila de Malema, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) venceu em 44 locais, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) em sete e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em apenas um.

Em relação às autárquicas de 2013, em que a RENAMO não participou, o número de municípios em que a FRELIMO venceu baixou de 49 para 44.

Moçambique: FRELIMO vence em 44 dos 53 municípios

A RENAMO está em posição de ganhar em Malema, que está fora do prazo legal para publicar resultados, lê-se no Boletim sobre o Processo Político em Moçambique - Eleições Autárquicas, do Centro de Integridade Pública (CIP).

A oposição mantém duas das três principais cidades do país, nomeadamente Beira, com o MDM, e Nampula, com a RENAMO, enquanto a FRELIMO continua com a capital, Maputo.

RENAMO contesta resultados

Em quatro dos 44 municípios cuja vitória foi atribuída à FRELIMO, a vantagem foi de 1% ou menos, nomeadamente na Matola, Monapo, Alto Molocuè e Moatize. Em duas dessas quatro autarquias, a contagem paralela atribuiu vitória à RENAMO, que contesta os resultados e anunciou já que vai impugnar em Moatize.

Segundo o Boletim sobre o Processo Político em Moçambique, o maior partido da oposição reclama vitória nos quatro municípios ganhos pela FRELIMO à tangente, mais Marromeu, onde alegadamente houve urnas desviadas.

A RENAMO contesta os resultados, acusando a FRELIMO de pretender empurrar o partido para um novo ciclo de conflito. "Não queremos a guerra, mas também não admitimos nem aceitamos qualquer tentativa de pôr em causa a vontade popular", afirmou o líder interino da RENAMO, Ossufo Momade, numa teleconferência a partir da Gorongosa. "Se este voto popular não for respeitado, a RENAMO vai romper com as negociações e as consequências que daí advirem serão da inteira responsabilidade do Presidente da República e do partido FRELIMO", avisou Momade.

RENAMO queixa-se da atuação da polícia em Nampula

A FRELIMO já reagiu, afirmando que, com estas ameaças, o coordenador da RENAMO perdeu a oportunidade de se afirmar como dirigente político. "A RENAMO tem de se encontrar dentro da RENAMO. A luta pela demonstração de forças para a liderança da RENAMO não pode ser chamada aos moçambicanos", afirmou o porta-voz do partido no poder, Caifadine Manasse.

"O processo de paz tem que andar e as chantagens políticas têm de parar. Nós não vamos permitir ameaças num estado democrático", sublinhou.

Nota positiva dos observadores

Na opinião dos observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), as eleições respeitaram as práticas internacionais, apesar de alguns incidentes localizados.

Para a União Europeia (UE), a organização, de uma forma geral, ordeira das eleições locais representa um sinal encorajador para a consolidação da paz em Moçambique. "É importante agora que todas as partes contribuam para uma conclusão pacífica e transparente deste processo", lê-se num comunicado da UE.

Para a plataforma da sociedade civil moçambicana Sala da Paz e para o Instituto para a Democracia Multipartidária, as eleições foram transparentes.