Líbia: Governo apoiado pela ONU quer eleições ainda este ano
16 de junho de 2019Falando numa conferência de imprensa, Fayez al-Sarraj pediu a realização de um fórum líbio em coordenação com as Nações Unidas, que reunirá "todas as potências nacionais e componentes da sociedade líbia" para trabalhar e alcançar uma solução pacífica e democrática para construir um Estado civil.
No mês passado, Khalifa Haftar, o chefe do chamado Exército Nacional Líbio (LNA), ordenou que suas forças capturassem Tripoli do Governo de al-Sarraj. Os combates desde então resultaram num impasse e deslocaram milhares de civis.
Com a escalada da violência, a comunidade internacional teme que os esforços da Organização das Nações Unidas (ONU) para encontrar uma solução política para os oito anos de distúrbios na Líbia possam ser prejudicados.
Eleições em 2019
Durante o fórum, um roteiro para os próximos meses e leis apropriadas seriam estabelecidas a fim de se realizar eleições presidenciais e legislativas antes do final de 2019.
O fórum também adotaria leis sobre o processo eleitoral, que definirá as datas das votações, de acordo com a iniciativa apresentada pelo Governo apoiado pela comunidade internacional.
A ONU seria responsável pela organização e supervisão das eleições, e comités sob a supervisão da ONU seriam formados para garantir a disponibilidade de fundos e medidas de segurança.
O fórum também discutiria mecanismos de descentralização, melhor uso dos recursos financeiros, desenvolvimento justo e abrangente em toda a Líbia e transparência e boa governação.
Reconciliação
Uma comissão de reconciliação emergiria do fórum, e um mecanismo seria criado para ativar a lei de justiça transicional para responsabilizar aqueles que cometeram crimes de guerra.
Al-Sarraj disse que todos os líbios que "pedem uma solução pacífica e democrática" participariam das negociações propostas. Não haveria "lugar para aqueles que buscam a tirania e a ditadura", acrescentou.
O líder do Governo apoiado pela ONU também exigiu uma investigação internacional sobre supostos "crimes de guerra e crimes contra a humanidade", desde que Khalifa Haftar lançou a sua ofensiva. A disputa por Trípoli matou mais de 650 pessoas, incluindo combatentes e civis, segundo a Organização Mundial de Saúde.