Etiópia: Protestos contra Governo têm pelo menos 67 mortos
26 de outubro de 2019Os protestos contra o Governo realizados em diversos pontos da Etiópia já deixaram pelo menos 67 mortos desde a última quarta-feira (23.10), segundo informações divulgadas neste sábado (26.10) pela organização de direitos humanos Amnistia Internacional (AI).
"São números oficiais de fontes policiais da autoridade máxima nesse assunto", revelou à agência de notícias EFE o investigador para o país africano da organização AI, Fisseha Tekle, que está em Adis Abeba.
O chefe da polícia da região de Oromia, no centro da Etiópia, Kefyalew Tefera, afirmou nesta sexta-feira (25.10) que o número de mortos chegava a 67, sendo cinco agentes da corporação e 62 civis.
Segundo o representante dessa organização de direitos humanos, no entanto, ainda há em algumas áreas "focos de violência interétnica e pessoas feridas gravemente" - o que ainda pode aumentar a quantidade de vítimas.
Ativista
Os protestos começaram na noite de terça-feira, depois que o ativista Jawar Mohammed reuniu milhares de pessoas na frente de sua casa, em Adis Abeba, após afirmar publicamente que a polícia local planejava um ataque contra ele.
A polícia local, por sua vez, desmentiu qualquer complô, apesar de admitir que havia pedido a retirada da escolta do ativista, e após avaliar que a segurança de Mohammed deveria ser privada.
A partir da denúncia do ativista, crítico ao Governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed, grupos começaram a bloquear rodovias em diferentes regiões do país e entraram em choque com partidários e defensores do vencedor do Prémio Nobel da Paz deste ano.
Em várias partes do país, segundo a Amnistia Internacional, agentes das forças de segurança etíope abriram fogo contra manifestantes. A organização, inclusive, pediu uma investigação das autoridades locais sobre o uso excessivo da força contra o público.