Etiópia: Pelo menos 16 mortos em protestos contra Abiy Ahmed
25 de outubro de 2019"Temos 16 mortos confirmados, mas o número deve ser maior porque há novas informações por confirmar", disse à agência France Presse Fisseha Tekle, da Amnistia Internacional.
As manifestações iniciaram-se na quarta-feira (23.10), depois de um reconhecido ativista do país, forte crítico de Abiy Ahmed, ter acusado as forças de segurança de orquestrarem um ataque contra si.
A polícia negou que a proteção ao ativista Jawar Mohammed, membro do grupo étnico Oromo, tenha sido alterada para que o crítico ficasse numa situação de vulnerabilidade.
Ainda assim, os apoiantes de Jawar Mohammed saíram às ruas, bloqueando estradas, queimando pneus e criticando o primeiro-ministro da Etiópia, que acusam de estar por trás da alegada ameaça à segurança do opositor.
Ativista apela à calma
Um confronto na capital, Adis Abeba, entre as forças de segurança e os apoiantes de Jawar Mohammed acabou por espalhar-se por várias regiões do país.
Na quinta-feira (24.10), o ativista apelou à calma. "Abram as estradas bloqueadas, acabem com as barricadas e tratem daqueles que foram feridos durante os protestos", pediu Jawar Mohammed às centenas de apoiantes reunidos à volta da sua casa, em Adis Abeba.
Enquanto líder da Oromia Media Network, Jawar Mohammed desempenhou um papel fundamental na promoção dos protestos contra o governo que levaram a coligação no poder a nomear Abiy Ahmed para primeiro-ministro.
Ainda assim, Abiy Ahmed e Jawar Mohammed têm-se distanciado no passado recente, com este último a criticar algumas das reformas conduzidas pelo chefe do Governo da Etiópia.
Em 11 de outubro deste ano, Abiy Ahmed foi galardoado com o Nobel da Paz pelo Comité Nobel norueguês pelo "seu importante trabalho para promover a reconciliação, a solidariedade e a justiça social".