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PolíticaEstados Unidos

Eleições nos EUA: Luta renhida entre Harris e Trump

mjp | Reuters | Lusa | DW (Deutsche Welle)
5 de novembro de 2024

Milhões de eleitores já votam nos Estados Unidos. Sondagens deixam antever uma das corridas mais renhidas de sempre à Presidência. Partidos estão preparados para eventuais disputas em estados-chave como a Pensilvânia.

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Eleitores votam em Butler Township, Pensilvânia
Milhões de norte-americanos vão hoje a votosFoto: Robert F. Bukaty/AP

O mundo está hoje (05.11) de olhos postos nos Estados Unidos da América, onde esta terça-feira milhões de eleitores são chamados às urnas para escolher, entre a vice-Presidente e candidata democrata Kamala Harris e o antigo Presidente norte-americano Donald Trump, quem será o próximo a ocupar a Casa Branca.

As sondagens deixam antever uma das corridas mais renhidas de sempre à Presidência norte-americana. Por isso, é pouco provável que haja resultados finais ainda esta noite.

Sem um desfecho claro à vista numa disputa entre duas visões muito diferentes para o país, os norte-americanos começaram a votar esta manhã, com as urnas a abrir gradualmente nos 50 estados, consoante a lei eleitoral de cada um e os seis fusos horários nacionais.

Candidato republicano, Donald Trump, e candidata democrata, Kamala Harris
Sondagens revelam margens muito estreitas entre os dois candidatos nos estados mais importantes nestas eleiçõesFoto: Charly Triballeau und Angela Weiss/AFP

75 dos 161 milhões de eleitores preferiram o voto antecipado e já escolheram entre os dois candidatos. Voto antecipado ou não, todos terão de aguardar pelo desfecho - e muito, se as diferenças marginais apontadas pelas sondagens se vierem a confirmar.

O pequeno distrito de Dixville Notch, em New Hampshire, que historicamente é o primeiro a votar no país no dia das eleições, espelha a divisão nacional. Os seis eleitores residentes votaram à meia-noite e imediatamente depois foi possível apurar o resultado: três votos para Trump e outros três para Harris.

A importância da Pensilvânia

Dadas as estreitas margens indicadas pelas sondagens, tanto o partido republicano como o democrata já contrataram dezenas de escritórios de advogados para possíveis disputas eleitorais - sobretudo em estados-chave, como a Pensilvânia.

Este estado do leste do país tem 19 votos eleitorais - mais do que qualquer outro nesta eleição. Foi palco do único debate ao vivo entre Harris e Trump, em setembro, e foi aqui que Trump foi alvo de uma tentativa de assassinato, em julho. Em 2020, Joe Biden venceu na Pensilvânia.

Pintura num muro na cidade de Filadélfia, estado da Pensilvânia: "A Filadélfia vai decidir"
O último esforço da campanha levou Harris e Trump à PensilvâniaFoto: Kent Nishimura/AFP/Getty Images

Na noite passada, ambas as campanhas organizaram comícios neste estado crucial. Em Pittsburgh, Donald Trump quis deixar uma "mensagem simples" aos norte-americanos: "Não temos de viver assim. Não temos. Não temos. E não vamos viver. Não o faremos. Não temos de nos contentar com a fraqueza, a incompetência, o declínio e a decadência. Com o vosso voto amanhã, podemos resolver todos os problemas que o nosso país enfrenta e conduzir a América. E, de facto, o mundo inteiro a novos patamares de glória".

Já em Filadélfia, Kamala Harris fez "um último pedido": "Estão prontos para fazer ouvir as vossas vozes? Acreditamos na liberdade? Acreditamos na oportunidade? Acreditamos na promessa da América? E estamos prontos para lutar por ela? E quando lutamos, ganhamos. Deus vos abençoe e Deus abençoe os Estados Unidos da América".

Estados-chave por decidir

As sondagens dos últimos dias revelam que os candidatos estão praticamente empatados em cada um dos sete estados que provavelmente determinarão o vencedor: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin.

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A corrida renhida reflete uma nação profundamente polarizada, cujas divisões se acentuaram ainda mais durante a campanha.

Trump tem usado uma retórica cada vez mais sombria e apocalíptica. Harris tem exortado os norte-americanos à união, ao mesmo tempo que avisa que um segundo mandato de Trump ameaçaria os próprios fundamentos da democracia nos EUA.

Disputas à vista numa eleição histórica

A campanha de Donald Trump já deu a entender que o ex-Presidente poderá declarar vitória na noite das eleições, mesmo com milhões de votos por contar, como fez há quatro anos.

O antigo Presidente tem vindo a repetir que qualquer derrota só poderá resultar de fraude generalizada, fazendo eco das suas falsas alegações de 2020.

Com as sondagens a indicarem diferenças marginais (dentro da margem de erro) entre os dois principais candidatos, ninguém espera conhecer um desfecho na noite de hoje, podendo acontecer que o processo se arraste durante dias ou até semanas.

Independentemente de quem venha a ocupar a Casa Branca, vai fazer-se história.

Harris, de 60 anos, a primeira mulher vice-Presidente, tornar-se-ia a primeira mulher, negra e de ascendência sul-asiática, a chegar à Presidência. Trump, de 78 anos, o único Presidente a ser alvo de "impeachment" duas vezes e o primeiro ex-Presidente a ser condenado criminalmente, tornar-se-ia também o primeiro Presidente a ganhar mandatos não consecutivos em mais de um século.

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