São Tomé: Vila Nova questiona dados provisórios
21 de julho de 2021"Vamos continuar a trabalhar no sentido que a Comissão Eleitoral esclareça de facto o povo de São Tomé e Príncipe sobre o que se passou, qual é a sua intenção e o porquê da interrupção" da divulgação dos resultados eleitorais na noite de domingo, disse esta quarta-feira (21.07) Vila Nova, em entrevista à agência Lusa e à Rádio França Internacional (RFI), na capital são-tomense.
O candidato, apoiado pela Ação Democrática Independente (ADI, oposição), obteve 39,47% dos votos, num total de 32.022 votos, passando à segunda volta das presidenciais com Guilherme Posser da Costa (apoiado pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social Democrata), que teve 16.829 votos (20,75%).
"Vamos continuar a fazer esse trabalho e procurar informações, interpor recursos, reclamações", acrescentou, especificando que a sua candidatura já apresentou reclamações junto da CEN.
"Fenómenos estranhos"
Vila Nova apontou que, desde o dia da eleição, a sua equipa alertou para "fenómenos estranhos que vinham acontecendo e que lamentavelmente mancham estas eleições".
"Pela primeira vez interrompeu-se a emissão com pretextos que não convencem ninguém", disse, referindo-se à transmissão em direto, pela rádio e televisão nacionais, dos resultados das mesas de voto.
"Quando a contagem dava uma estimativa de intenção de voto de 43 por cento ao candidato Vila Nova, faltava ainda o distrito de Mé-Zochi, que é um bastião nosso por simpatia e por tradição nessas eleições, e é o segundo mais populoso do país. A verdade é que, sem qualquer explicação, quase 24 horas depois, a Comissão Eleitoral anuncia os resultados preliminares e o candidato Vila Nova passa a 39 por cento e não se sabe se o distrito de Mé-Zochi está incluído ou não", relatou.
Apuramento de dados
Além disso, no apuramento de dados com base nos editais e nas atas, a candidatura de Vila Nova concluiu que há "por explicar cerca de 4.500 votos" que alegadamente faltam.
Casos todos esses votos fossem atribuídos à sua candidatura, disse, seria "uma margem muito mais confortável".
"Nós sempre acreditámos no nosso trabalho e que poderíamos resolver essas eleições à primeira volta", comentou.
"O povo sente-se roubado. Na nossa candidatura tudo faremos para respeitar o povo e que as eleições não baixem de maneira nenhuma o amadurecimento democrático que São Tomé e Príncipe tem vivido", afirmou.