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Dois mortos em protestos em Madagáscar

AFP | Reuters | cvt
22 de abril de 2018

As mortes aconteceram depois de a polícia ter lançado gás lacrimogéneo contra manifestantes que protestavam contra as novas leis eleitorais do país, no sábado (21.04).

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Madagascar Antananarivo
Rua de AntananarivoFoto: picture-alliance/dpa/ Guichaoua Yann-AGF/Bildagentur-online

As duas mortes, vítimas da violência de sábado, foram confirmadas por chefes de hospitais este domingo (22.04), segundo os quais pelo menos 16 pessoas ficaram feridas após confrontos entre milhares de ativistas da oposição e forças de segurança numa praça em Antananarivo, capital do país.

Os manifestantes estão a protestar contra as novas leis eleitorais que, a oposição afirma, poderiam impedir alguns candidatos de concorrer nas próximas presidenciais, previstas para serem realizadas no final de novembro ou dezembro.

Autoridades haviam declarado o protesto de sábado como ilegal, mas ativistas da oposição desafiaram a ordem.

O primeiro-ministro, Olivier Mahafaly, disse que uma investigação seria realizada e medidas seriam tomadas contra os responsáveis, acrescentando que o Governo iria iniciar conversações sobre as novas leis.

"O diálogo para encontrar o consenso é o que nos permitirá chegar a soluções duradouras", disse ele na rádio estatal. "O governo está pronto para o diálogo para encontrar este consenso", acrescentou.

Madagaskar Präsident Hery Martial Rakotoarimanana Rajaonarimampianina
Hery Rajaonarimampianina, Presidente do MadagáscarFoto: Reuters

Insatisfação popular

"Eu vivi sob regimes diferentes em Madagáscar, mas este, sob Rajaonarimampianina, é o pior", disse o manifestante Aime Abel Jocelyn, que viajou 500 quilómetros da cidade de Betroka para participar no protesto.

"Eu vim aqui para ajudar a trazer mudança, para encontrar uma solução para o meu país."

O Presidente Hery Rajaonarimampianina deve dirigir-se à nação na noite deste domingo.

Eleições em vista

Eleito em 2013, o Presidente ainda não anunciou se vai concorrer à reeleição. Mas dois ex-chefes de Estado já apresentaram suas candidaturas: Marc Ravalomanana, que foi presidente de 2002 a 2009, e Andry Rajoelina, que o derrubou no golpe de Estado de 2009.

Ambos foram impedidos de concorrer em 2013 e seus partidos participaram nos protestos.

O Madagáscar sofreu vários anos de turbulência depois que Ravalomanana foi derrubado no golpe de 2009.

A chegada de Rajaonarimampianina ao poder trouxe um fim temporário à longa série de crises políticas em Madagáscar.

Em nota, a missão da União Europria rm Madagáscar clamou os atores políticos do país a exercer contenção e expressou seu apoio a "eleições presidenciais críveis, transparentes e inclusivas em 2018".

O representante da União Africana em Madagascar, Ahmed Youssouf Hawa, também pediu calma, contenção e responsabilização.

"Madagáscar não precisa mergulhar numa situação difícil poucos meses antes das eleições", disse em comunicado.

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