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Com prisões, polícia dispersa manifestação contra pobreza em Luanda

26 de maio de 2011

A falta de água e luz foi o pretexto para dezenas de pessoas protestarem nas ruas em Luanda, na quarta-feira (26/5). Tudo começou numa zona que era visitada pelo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.

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A falta de água em Luanda obriga as crianças a irem buscá-la a lugares como este, correndo o risco de apanhar doenças graves como a cóleraFoto: AP

Na zona de Cazenga, nos subúrbios de Luanda, a manifestação foi desbaratada pela polícia. 15 pessoas passaram algumas horas na cadeia. A polícia nacional libertou também dois jornalistas, detidos quando efectuavam a reportagem do início de mais uma marcha em Luanda. Os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Viva a Democracia!", "Abaixo a ditadura!" e "Polícia é do povo, não é do MPLA [o partido governista angolano]!"

Por volta das 13 horas de quarta-feira (25/5), este era o ambiente que se vivia na Praça da Independência. Cerca de centena e meia de cidadãos manifestavam-se publicamente.

O que exigiam os manifestantes?

Em causa a pobreza, a democracia, a liberdade de expressão e as detenções ilegais, como se podia ler nos dísticos que ostentavam as pessoas que protestavam.

Apesar da manifestação ser de cariz pacífico, um forte cordão policial, composto por mais duma dezena de oficiais da polícia, completamente armados, foi montado na Praça da Independência e arredores para tentar impedir o acto. Mais de uma dúzia de manifestantes foram detidos.

WFP in Angola
Angola é um país riquíssimo mas o povo continua miserável. Na foto, o PAM (Programa Alimentar Mundial) distribui alimentos à populaçãoFoto: WFP

Jornalistas também atrás das grades

Coque Mukuta, jornalista da Rádio Comercial Despertar que esteve a fazer cobertura jornalística da manifestação, também foi detido, mas meia hora depois foi solto por alegadas ordens superiores. Mukuta disse à Deutsche Welle: "Fui detido e colocado debaixo das grades. Mas depois veio uma ordem que eu tinha de ser solto".

Autor: Manuel Vieira (Luanda); Carlos Martins
Revisão: Renate Krieger