China elimina taxas a produtos importados de Moçambique
2 de agosto de 2022Segundo um comunicado divulgado na segunda-feira pelo ministério, a Comissão de Tarifas Alfandegárias do Conselho de Estado da China decidiu atribuir o estatuto de 'tarifa zero' a 16 países.
A maioria dos países contemplados situa-se no continente africano: Togo, Eritreia, República Centro-Africana, Guiné-Conacri, Ruanda, Sudão, Chade e Djibuti, onde em 2017 a China abriu a primeira base militar no estrangeiro.
Na Ásia, a lista inclui ainda Camboja e Bangladesh, assim como Laos e Nepal, dois países com quem a China faz fronteira.
O estatuto "tarifa zero" vai também abranger Kiribati, Ilhas Salomão e Vanuatu, três dos países visitados em maio e junho pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, num périplo que também passou por Timor-Leste.
As Ilhas Salomão e Kiribati mudaram recentemente o seu reconhecimento diplomático de Taiwan para Pequim. As Ilhas Salomão assinaram ainda um pacto com a China que pode levar ao estabelecimento de uma base naval chinesa no Pacífico Sul.
Estatuto "tarifa zero"
O despacho, assinado de 22 de julho, sublinha que o estatuto "tarifa zero" cobre 8.786 tipos de produtos importados.
Moçambique foi eleito em junho como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para o biénio 2023-2024, contando com o apoio da China, um dos membros permanentes do órgão.
O vice-ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural moçambicano, Olegário dos Anjos Banze, disse em julho de 2021 que Moçambique queria expandir o comércio agrícola com a China.
Banze falava durante um encontro com o representante permanente da China junto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, Guang Defu.
O dirigente chinês convidou Moçambique a promover produtos como a castanha de caju, sisal e feijões no mercado chinês.