CASA-CE quer tornar-se um partido de massas em Angola
4 de abril de 2013Um congresso "de muito sucesso", em que se definiu que, até 2016, a CASA-CE irá formalizar a sua transformação de coligação em partido. É assim que Abel Chivukuvuku descreve aquele que foi o primeiro congresso extraordinário da terceira força política de Angola, que, perante os "inúmeros desafios" do país, se quer assumir como um partido de massas, disposto a ser uma "alternativa real".
CASA-CE definiu 3 anos para se transformar em partido
3 anos é o limite definido pela CASA-CE para o culminar das suas transformações, o grande tema deste primeiro congresso extraordinário. Nessa altura, de acordo com o presidente, Abel Chivukuvuku, a CASA-CE deixará de ser uma coligação para se afirmar como um partido político, capaz de derrubar o regime angolano, que classifica como "autoritário".
À DW África, Chivukuvuku explicou que, com esse objectivo em vista, durante este congresso, definiu-se a nova identidade política do futuro partido. Segundo ele, o eleitorado em 2012 indicou que "depois de três meses de existência a CASA-CE ainda era uma opção das classes urbanas e sobretudo da juventude. Precisamos expandir-nos e transformar-nos numa organização de massas, desenvolver capacidades para contatos de cidadadão para cidadão. Por isso, a nossa opção é a rua a rua, casa a casa, conversa com os cidadãos".
Tudo para se tornar um partido de massas. Com os olhos postos nas eleições gerais, previstas para 2017, o líder da CASA-CE rejeita as vozes que colocam a presença da coligação maioritariamente em Cabinda e Luanda, admitindo, no entanto, que é preciso crescer para mudar.
A CASA-CE está implantada em todo o território angolano
Para Chivukuvuku, a coligação que lidera já é uma realidade nacional. "Estamos implantados em todos os municípios deste país e vamos agora alargar essa nossa presença, garantir a funcionalidade de nossas estruturas e fazer com que a nossa mensagem chegue a todos os cantos de Angola", afirmou antes de acrescentar que "a determinação da CASA-CE é de que têm que acontecer em Angola mudanças profundas nas eleições gerais de 2017".
Num congresso que contou com a participação de personalidades como o antigo primeiro-ministro Marcolino Moco e o economista Carlos Rosado para discutir o estado da Nação, chegou-se à conclusão de que Angola ainda não é um Estado democrático, como vincou na entrevista à DW África, Abel Chivukuvuku.
“Não temos ainda em Angola uma democracia verdadeira", afirmou. "Somos um país em transição para a democracia, mas com um autoritarismo de poder unipessoal do Presidente da República, e por isso, a CASA-CE tem que ser um instrumento que vai desenvolver ações no sentido de aprofundar a afirmação da democracia em Angola".
As críticas continuam, passando também pela economia, área em que a CASA-CE condena o crescimento unilateral, dependente do petróleo e não gerador de emprego e a pobreza de mais de 60% da população. Perante o cenário angolano pintado neste congresso, de acordo com Abel Chivukuvuku, está justificada a existência da Convergência Ampla de Salvação de Angola. E foi esta a conclusão que a CASA-CE chegou:
"Os desafios do país são tão graves, a questão da busca da realização da sociedade é tão premente que era necessária a existência da CASA-CE fazendo com que se realizasse uma alternância em Angola. Por isso é preciso fazer com que este governo, que é antipatriótico e insensível, saia do poder".