Cabo Verde: "Start-ups" apostam na preservação do ambiente
29 de novembro de 2023A Hidro Energy está a lançar-se na produção de hidrogénio verde, em alternativa ao gás natural. A startup cabo-verdiana, fundada por Franklin Roosevelt e um sócio, é pioneira nesta área, que visa através de inovação tecnológica aproveitar a água do mar para fazer face à dependência energética.
"Somos um país bastante dependente de energias fósseis. A poluição dá cabo da nossa atmosfera em grande escala", disse à DW o fundador da empresa.
Alternativas amigas do ambiente
Franklin explica ainda que um dos focos do projeto é a "redução da poluição, e como estabelecimento aumentar a nossa bolsa de valor em Cabo Verde."
O criador tecnológico desenvolve que o hidrogénio verde será útil para uso industrial e caseiro, mas também hospitalar.
"Temos também o oxigénio hospitalar e para soldadura. Temos água hidrogenada, que tem grandes benefícios para a saúde. Temos o cloro para desinfetantes e outras áreas, mas como primeiro foco estabelecer uma meta de venda em grande escala em São Vicente na produção de uma alternativa ao gás natural", explicou.
A produção, ainda em pequena escala, deverá chegar no futuro às outras ilhas. Mas a ambição maior da empresa é fazer de Cabo Verde "um ponto estratégico de distribuição de energia para África, América e Europa e por aí (fora)."
Desafio que implicará, depois, a mobilização de parceiros e investimento de grande escala. É igualmente esta a ambição de Manuel Correia, administrador e fundador da Health 360, já com estrutura montada em Cabo Verde há dois anos e meio.
Reduzir os resíduos hospitalares
Esta "startup" criou uma plataforma inovadora em fase experimental, com lançamento oficial em janeiro de 2024, destinada a simplificar o ato clínico e médico em prol de uma melhor eficiência do sistema nacional de saúde.
"Vamos transformar tudo que é feito à mão nas clínicas, nos laboratórios, no Raio X, e nas farmácias, de forma digitalizada. Simplificar a vida do cliente, que é o paciente", afirmou.
Manuel Correia assegura que a digitalização dos serviços clínicos, em sistema Web, terá impacto na preservação do ambiente.
"Temos por aí inúmeras chapas (de Raio X) e plásticos por tudo quanto é sítio e utilizando o nosso sistema vai ser tudo de forma digitalizada. Não vai ter necessidade de ver requisições de análise em papel, de Raio X, impressões da chapa, etc", disse.
A Health 360 tem em vista o mercado dos PALOP, os países africanos lusófonos, a começar por Angola.
"Nós já temos uma conversa com uma empresa angolana, que possivelmente vai ser o nosso parceiro em Angola. Vamos ver o que é que a gente pode fazer", anunciou.
Ambas as "startups", apoiadas pelo Governo cabo-verdiano, estiveram na recente edição da Web Summit na capital portuguesa, Lisboa, para dar visibilidade aos respetivos projetos e indagar possíveis investidores para a sustentabilidade e expansão da inovação.