CV: Candidatos às presidenciais confiantes na vitória
15 de outubro de 2021Sete candidatos para um único lugar. Durante duas semanas, percorreram Cabo Verde de uma ponta à outra na caça ao voto. A campanha eleitoral termina esta sexta-feira (15.10) e, na hora do balanço, todos dizem que vão ganhar.
O jurista e antigo primeiro-ministro Carlos Veiga é um dos não têm dúvidas. "Sinto-me muito bem apoiado, sinto uma força cada vez maior e estou contente pela forma como a campanha decorreu. Foi uma campanha alegre, bem-humorada e mobilizadora", afirmou.
"De todas as vezes que fomos a uma localidade, sentimos a onda da vitória a aumentar e estamos convencidos que vamos ganhar no domingo. O desejável é que tudo fique resolvido já este domingo, mas quem decide isso são os eleitores", acrescentou.
Formado em Administração de Empresas, o antigo primeiro-ministro José Maria Neves diz que faltou debate e confronto de ideias durante a campanha, marcada, sobretudo, por marketing político.
"Um candidato a Presidente da República deve ser genuíno, autêntico. Deve apresentar e debater as suas ideias para que o povo saiba o que está a pensar de modo a fazer uma melhor escolha no dia 17. É fundamental haver debates e apresentação de ideias", salienta.
"Nova visão para o futuro"
O jurista Hélio Sanches, também candidato, considera-se já um vitorioso nesta corrida presidencial.
"Estou satisfeito e já sinto a responsabilidade como o próximo Presidente da República. Estou preparado com energia e capacidade para ser o novo Chefe de Estado de Cabo Verde e para ajudar o meu país, que precisa de mim agora mais do que nunca. Cabo Verde precisa de um novo líder com uma nova visão para o futuro".
O jurista e professor universitário Casimiro de Pina diz-se convicto numa vitória expressiva este domingo.
"Estou convicto e sempre fui convicto nos valores que defendi, nos valores supremos da República com base na minha luta pela afirmação dos direitos fundamentais e da Constituição. E é por isto que estou confiante que os cabo-verdianos vão dar-me uma grande vitória e uma grande votação no dia 17 de outubro", frisa.
"Grande surpresa"
No domingo, haverá uma grande surpresa. Esta convicção é do candidato Gilson Alves ao fazer o balanço da campanha eleitoral.
"Nós sabemos dos constrangimentos. Nós não temos a máquina partidária, mas eu tenho a sensação de que o que nos espera é uma grande surpresa que ainda ninguém viu e que só será vista nas urnas. Isto enche-me de esperança. Eu acho que tenho um bom instinto para ver coisas que as outras pessoas não veem", garante.
Também o combatente da liberdade da pátria Joaquim Jaime Monteiro mostra-se convicto de que vai ser o próximo Presidente da República.
"Pelos indicadores que tenho e pela minha experiência só com a alta traficância instalada em Cabo Verde de compra de votos que dará vitória a um outro candidato", disse.
Para o engenheiro naval Fernando Rocha Delgado a experiência tem sido positiva. "A mensagem passou, os jovens receberam-me com agrado, muitos estão a aplaudir-me, os que me criticam são os que estão atrelados aos partidos políticos. É uma experiência positiva e sem dúvida já ganhei".
Campanha sem sobressaltos
A campanha decorreu sem sobressaltos, segundo a presidente da Comissão Nacional de Eleições, Maria do Rosário Pereira.
"A primeira avaliação que fazemos da campanha é positiva, não tem havido percalços de maior que põe em causa o direito da liberdade de expressão dos candidatos. Isto é muito importante numa campanha eleitoral, que todos os candidatos tenham a liberdade de deslocarem-se, de abordar os eleitores e passarem as suas mensagens", explica.
As eleições presidenciais em Cabo Verde têm tido sempre altas taxas de abstenção. Em 2016, o índice foi de 64,3%. Cerca de 400 mil eleitores estão inscritos para votar nestas eleições, sendo 343 mil no país e 56 mil na diáspora.
Jorge Carlos Fonseca, que cumpre o segundo e último mandato como Presidente da República, apela a todos os eleitores para irem votar. "Todos devem ir votar e não deixar que os outros escolham por ele. Quanto mais se vota mais se participa tanto melhor", deixa o repto.
As eleições presidenciais cabo-verdianas vão ser acompanhadas por 104 observadores internacionais, sendo 71 da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), 30 da União Africana e três, dos EUA.
A votação ocorre das 7h às 18h, no horário local. Caso nenhum candidato consiga a maioria dos votos no domingo, a segunda volta, com os dois mais votados, está agendada para 31 de outubro.