Nyusi acusa empresários em Sofala de financiar terrorismo
23 de agosto de 2022O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, denunciou a existência de proprietários de postos de combustível na província de Sofala, no centro de Moçambique, que usam o negócio para lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo em Cabo Delgado, no Norte.
"Há proliferação de bombas de combustíveis na vossa província, não estou a proibir. Mas que usem métodos legais [...] Nós temos informações de pessoas que usam estes meios para subsidiar o terrorismo", declarou o chefe de Estado moçambicano.
Filipe Nyusi falava na segunda-feira (22.08), durante uma reunião com os conselhos executivo e de representação do Estado na província de Sofala, centro de Moçambique, onde realiza uma visita de trabalho.
Nyusi exige ação de fiscalização
Segundo o chefe de Estado moçambicano, alguns destes empresários suspeitos de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo encontram-se foragidos.
"Algumas pessoas, proprietários de bombas de combustível, fugiram. Quando os fomos procurar, tinham desaparecido. Eram donos de algumas bombas [postos de combustíveis]", frisou o chefe de Estado moçambicano, que exige uma ação mais pujante de fiscalização da Autoridade Tributária e do Ministério dos Recursos Minerais e Energia.
"Vocês têm de controlar isso [...] A proliferação [de negócios] sim, se é para o desenvolvimento. Mas se for para lavagem de dinheiro, não. Movimentem sim dinheiro, mas de forma legal", disse o Presidente, sem avançar mais detalhes sobre o assunto.
Insegurança alimentar em Cabo Delgado
Além dos desafios de segurança, a insurgência no norte de Moçambique deixa pelo menos 900 mil pessoas em risco de insegurança alimentar na província de Cabo Delgado. A informação foi avançada ontem pelo Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN).
No total, segundo a secretária executiva do SETSAN, Moçambique tem 1,4 milhões de pessoas em risco de insegurança alimentar, das quais 900 mil em Cabo Delgado.
"As intervenções dos parceiros concentram as suas ações para essas regiões onde temos maiores choques de insegurança alimentar", observou Leonor Mondlane, em declarações à comunicação social à margem do Conselho Consultivo do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN).