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Moçambique: Supostos rebeldes entregam-se em Cabo Delgado

Lusa
22 de agosto de 2022

Quatro supostos rebeldes que aterrorizam o norte de Moçambique desde 2017 entregaram-se às Forças Armadas de Defesa e Segurança moçambicanas, no distrito de Macomia, em Cabo Delgado, anunciou fonte oficial.

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Força Local em Cabo Delgado
Uma ofensiva das tropas governamentais moçambicanas com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes (foto de arquivo).Foto: DW

Os homens estavam entre um grupo de 21 pessoas resgatadas nas matas durante trabalhos de clarificação do terreno em Macomia durante as "mais recentes operações das Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique", avançou à comunicação social estatal Omar Saranga, coordenador do Teatro Operacional Norte.

"Quatro jovens que estavam neste grupo prontificaram-se e disseram que eles realmente faziam parte das fileiras dos terroristas", referiu o responsável.

O grupo indicou ainda um esconderijo onde guardava quatro armas e respetivas munições, disse Omar Saranga, referindo que as forças governamentais continuam a persuadir os homens para que "deem toda a informação possível".

Para o coordenador do Teatro Operacional Norte, a atitude dos quatro homens mostra que os apelos feitos pelas autoridades para que os que integram grupos rebeldes se entreguem às Forças de Defesa e Segurançaestão a "surtir efeito".

BG Mosambik | Alltag und Militarismus in Cabo Delgado
Macomia tem sido um alvo frequente dos insurgentes (imagem de arquivo).Foto: Roberto Paquete/DW

Aldeias e famílias

"Queremos que mais cidadãos que estão nas mãos dos terroristas entreguem-se para virem cuidar das suas aldeias e famílias", frisou Saranga, acrescentando que a ação mostra que a força moçambicana é "credível e que respeita os direitos humanos".

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas está a ser aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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