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ComércioEuropa

Merkel diz que foi alcançado um "bom" acordo comercial

com agências
25 de dezembro de 2020

Angela Merkel está "confiante" de que o acordo alcançado entre a UE e o Reino Unido sobre a sua futura relação comercial foi "um bom resultado". Boris diz acordo dá "estabilidade e certeza" a relação "turbulenta".

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Berlin | Boris Johnson und Angela Merkel
Foto: Getty Images/O. Messinger

"Estou muito confiante de que temos aqui um bom resultado", afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, num breve comunicado, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), acrescentando que estão lançadas "as bases para um novo capítulo” nas relações com o Reino Unido.

"O Reino Unido continuará a ser um parceiro importante para a Alemanha e para a UE, fora da UE", apontou.

A UE e o Reino Unido chegaram esta quinta-feira (24.12) a um acordo comercial pós-‘Brexit', anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas.

"Chegámos finalmente a um acordo. Foi um longo caminho, mas temos um bom acordo, que é justo e equilibrado”, anunciou Von der Leyen numa conferência de imprensa com o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, na sede do executivo comunitário.

A uma semana do final do "período de transição" para a consumação do ‘Brexit' e da saída do Reino Unido do mercado único, o bloco europeu e Londres evitaram assim um ‘divórcio' desordenado, estabelecendo um acordo de comércio livre que regerá as relações futuras.

Frankreich Biarritz 2019 | Boris Johnson, Angela Merkel & Emmanuel Macron
Boris Johnson, Angela Merkel e Emmanuel MacronFoto: Getty Images/A. Parsons

Frotas UE mantêm acesso a águas britânicas até 2026 mas com corte de 25%

O acordoalcançado entre UE e Reino Unido prevê um período de transição no domínio das pescas de cinco anos e meio, durante o qual as frotas europeias mantêm acesso às águas britânicas, mas abdicam de 25% das capturas.

Depois dessa data, as partes passarão a negociar as quotas de pesca numa base anual, precisaram responsáveis europeus depois do anúncio do acordo sobre as relações futuras entre UE e Reino Unido no pós-‘Brexit'.

Acordo dá "estabilidade e certeza" a relação "turbulenta"

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que o acordo de comércio negociado com a União Europeia (UE) "significa uma nova estabilidade e certeza no que às vezes tem sido uma relação turbulenta e difícil".

"Seremos vossos amigos, aliados, apoiantes e, na verdade, não vamos esquecer, o vosso principal mercado", afirmou, dirigindo-se aos 27, numa conferência de imprensa após o anúncio do acordo pós-‘Brexit'. Aos britânicos, Boris Johnson disse: "No final de um dos anos mais difíceis, a nossa atenção está em derrotar a pandemia […] e reconstruir a nossa economia".

"[O acordo] significa acima de tudo certeza, para a indústria da aviação, os transportadores [...], a polícia, as forças das fronteiras e todos aqueles que nos mantêm seguros", acrescentou.

Quatro anos e meio entre a separação e o divórcio amigável

 União Europeia e Reino Unido chegaram esta quinta-feira (24.12) a acordo sobre a relação futura no pós-‘Brexit', quatro anos e meio depois de o povo britânico ter decidido o ‘divórcio' do bloco europeu, após uma relação de mais de quatro décadas.

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"Chegámos finalmente a um acordo. Foi um longo caminho, mas temos um bom acordo, que é justo e equilibrado", anunciou Von der Leyen numa conferência de imprensa com o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, na sede do Executivo comunitáriFoto: DW

Em 23 de junho de 2016, os britânicos decidiram, por uma estreita margem, abandonar a União Europeia (UE) – à qual haviam aderido em 1973 -, na sequência de uma consulta popular promovida pelo então primeiro-ministro David Cameron, que apresentou a demissão no dia seguinte, já que era apoiante da permanência.

A sua sucessora, Theresa May, lançou, passado quase um ano, em março de 2017, o procedimento formal para consumar o ‘divórcio', o que deveria acontecer no prazo de dois anos, mas esse foi apenas o início de uma longa ‘novela' com vários capítulos e volte-faces, entre os quais a queda da própria May, dois anos volvidos, face à incapacidade de fazer aprovar em Londres os sucessivos acordos de saída negociados e concluídos com a UE.

Já com Boris Johnson à frente do Governo britânico, o ‘Brexit' acabaria mesmo por acontecer este ano, em 31 de janeiro, tendo então início o "período de transição”, durante o qual as partes podiam negociar a relação futura mantendo basicamente os mesmos vínculos, e que expirava em 31 de dezembro, tendo assim o acordo sobre a nova parceria – que ainda terá de ser ratificado de ambos os lados – surgido nos instantes finais, em plena época natalícia.