Angola: Morre José Patrocínio, ativista dos direitos humanos
1 de junho de 2019A morte de José Patrocínio foi confirmada por diversas fontes ligadas à ONG OMUNGA e também por amigos do ativista, citados pela imprensa angolana.
À agência Lusa, João Malanvindele, membro da OMUNGA, avançou que o ativista se encontrava doente há cerca de um mês, acabando por falecer na madrugada deste sábado.
O Novo Jornal, no seu portal de notícias, cita a também ativista e presidente da organização não governamental angolana Handeka, Alexandra Simeão, amiga de José Patrocínio, que informou que o coordenador da OMUNGA estava internado desde a última quinta-feira (30.05) no Hospital de Benguela, em Angola.
No seu perfil do Facebook, Alexandra Simeão lamenta a morte de Patrocínio: "Angola perdeu um homem que se colocou inteiro na participação cidadã de defesa dos interesses dos que sofrem todos os dias".
A agência de notícias estatal angolana, ANGOP, também confirmou com uma fonte ligada à OMUNGA a morte de José Patrocínio. Segundo esta fonte, o ativista queixava-se de "muitas dores", "sem especificar, desde já, as razões da morte", escreve a ANGOP.
José Patrocínio nasceu a 26 de dezembro de 1962, no Lobito, província de Benguela. Era engenheiro agrónomo, mas dedicou a sua vida aos direitos humanos. Nas redes sociais, pessoas próximas ao ativista, assim como muitos internautas, lamentam a sua morte.
Do líder da OMUNGA, organização cívica e de defesa dos direitos humanos, fica a memória da sua intervenção em números casos de demolições em Angola, tendo em 2010 lançado um documentário intitulado "Não partam a minha Casa".
José Patrocínio integrou, este ano, uma comitiva de ativistas angolanos de organizações da sociedade civil, que foi recebida pelo Presidente de Angola, João Lourenço.